Oitenta e sete comunicações cobrindo temas como crise económica e investimento estrangeiro, ajuda externa, desafios da educação e segurança social foram já confirmadas para a terceira conferência internacional sobre economia e desenvolvimento social, a ter lugar próximo mês na cidade de Maputo.
Organizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), o evento vai decorrer sob o lema “Moçambique: Acumulação e Transformação Num Contexto de Crise Internacional”, pretendendo-se que funcione como uma plataforma de debate académico que propicie um melhor conhecimento sobre a realidade moçambicana.
Uma fonte da organização do evento é citada pelo Notícia a revelar que mais de cem propostas de académicos, analistas e pesquisadores nacionais e estrangeiros foram submetidos à avaliação dos organizadores desde que o evento foi lançado, em princípios deste ano.
Das comunicações aprovadas, ainda segundo o Notícias, trinta e duas são de autores moçambicanos, abordando temáticas como geração de energia, mão-de-obra, violência contra a pessoa idosa, segurança social, pobreza, produtividade agrícola, desenvolvimento de pequenas e médias empresas, dinâmica do investimento privado, entre outros.
Considerando que a crise internacional é hoje um tema presente não só nas notícias, nas análises e debates sobre políticas, opções e prioridades públicas e estratégias corporativas, os organizadores pretendem estimular reflexões que conduzam a uma melhor compreensão das dinâmicas de desenvolvimento.
A ideia que há é de que economias com notável crescimento económico, a exemplo de Moçambique e vários outros países na África Subsahariana, têm sido pouco eficazes em reduzir a pobreza, vulnerabilidade e desigualdade real, bem como na modificação das estruturas produtivas e redistribuição dos rendimento entre grupos sociais.
Com efeito, as comunicações propostas deverão procurar, entre outros objectivos, desenvolver reflexões em torno de interrogações como em que medida a saída da crise requer mudanças fundamentais nos padrões políticos e económicos de produção, acumulação, reprodução e redistribuição da riqueza, e em que direcções tais mudanças podem ocorrer para poderem surtir o efeito desejado.
Paralelamente, pretende-se dimensionar a relevância, tendências e dinâmicas do investimento estrangeiro e a sua relação com os recursos naturais, e o papel que a educação pode desempenhar nas dinâmicas de crise e de mudança.
A primeira conferência do género realizou-se em Setembro de 2007 na capital do país, tendo se debruçado sobre os desafios da investigação social e económica em Moçambique. A segunda teve lugar em Abril de 2009, e dedicou-se ao debate sobre a problemática dos padrões de acumulação económica e dinâmicas da pobreza no nosso país.
Nas duas conferências foram submetidas noventa e uma comunicações produzidas por investigadores nacionais e estrangeiros, na sequência das quais foram publicados seis livros com 40 artigos de diferentes autores, abordando questões ligadas à economia e industrialização, cidadania e governação, pobreza e vulnerabilidade, protecção social e África Austral.
RM
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