Moçambique tem potencial para se tornar num dos principais destinos turísticos na África Austral e tem vindo a crescer em número de visitantes e receitas, mas ainda está muito aquém das suas possibilidades, afirma a Economist Intelligence Unit.
Numa análise recente do potencial turístico de Moçambique, a EIU adianta que o turismo tem sido identificado pelas autoridades moçambicanas e seus parceiros como um sector económico chave com grande potencial de desenvolvimento, mas que a aposta deve ser reforçada.
Dado que o sector é de trabalho intensivo, o seu contributo para o emprego em Moçambique pode ser maior do que sectores de capital intensivo como a indústria mineira ou extractiva, adianta.
Pode ser também uma fonte para a diversificação do crescimento económico, estimulando outras áreas como os transportes ou artesanato, ajudando a diversificar a base exportadora do país, atualmente dependente a 34% das exportações de alumínio da Mozal.
Na 3ª Reunião Nacional do Turismo, o primeiro-ministro Aires Ali disse que mais de 2 milhões de turistas visitaram Moçambique em 2011, tendo proporcionado receitas na ordem de 230 milhões de dólares, significativamente mais do que os 197 milhões registados um ano antes.
A África do Sul fornece o maior grupo de turistas que visitam Moçambique, com 25% dos visitantes, seguida de Portugal com 12%, de acordo com dados do Observatório do Turismo da Cidade de Maputo.
Com todo o seu potencial e apesar de alguns desenvolvimentos positivos nos últimos anos, Moçambique “precisa de melhorar as suas infra-estruturas básicas e facilitar investimentos”, refere a EIU.
Os desenvolvimentos incluem a modernização dos aeroportos do país, com um novo terminal inaugurado e um outro para voos domésticos em fase de conclusão em Maputo, a par da construção de novos aeroportos em Vilanculos, Pemba, Beira e Nacala.
Uma reserva natural de grandes dimensões na fronteira com o Kruger Park sul-africano deverá atrair ainda mais turistas, foram lançados dois projectos de estâncias turísticas para facilitar grandes investimentos, sujeitos a concurso internacional.
Mas o turismo, afirma a EIU, “opera ainda muito abaixo do potencial”, sobretudo por falta de infra-estruturas dada a falta de ligações internacionais, que faz com que os custos dos voos sejam elevados e por estar em causa a qualidade do transporte aéreo interno.
Também nos transportes rodoviários e ferroviários há carências, o investimento privado tem ficado aquém do desejado devido a receios dos investidores em relação à burocracia do país e por a maioria dos projectos existentes serem de pequena escala.
“Assim, apesar das muitas entradas, os gastos dos turistas em Moçambique são muito limitados comparados com outros países na região, como a Tanzânia ou Ilhas Maurícias”, refere a EIU.
Não obstante, o sector vai continuar a crescer, beneficiando nomeadamente do grande afluxo de viagens de negócios relacionadas com a expansão da indústria mineira, enquanto se aguardam reformas.
rm/(macauhub)
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