Tuesday 21 June 2011

Que tal... a cesta básica não existir?

O Executivo, está agora visto, não queria propriamente uma solução para resolver o problema do acesso à alimentação das pessoas de baixa renda, como inicialmente advogou. Queria uma decisão que impressionasse mais e custasse menos. A cesta básica era uma excelente decisão para a fotografia. Mas os seus custos eram, como se vê agora, demasiado incomportáveis para o show que o Excutivo queria dar.

Como fica o Governo na fotografia? Mal, muito mal. Pelo menos, não se pode queixar de falta de aviso. Mas sobretudo, fica a ideia de um Governo incoerente consigo próprio nas suas decisões. Que decide em reuniões do Conselho de Ministros para depois sair à rua e pedir conselhos à sociedade civil; que, numa semana, decide que os beneficiários da cesta básica são trabalhadores formais, para na seguinte estender aos informais; que decide que os beneficiários são os que auferem até um máximo de dois mil meticais e dias depois alarga para mais quinhentos meticais; que decide que a cesta básica entra em vigor em Junho e depois diz que nunca decidiu que entrava em Junho.
Com tantos ditos e desditos, pelos vistos, falta coragem a este Governo para vir a terreiro dizer que tomou uma decisão que não era propriamente a que esperava. E coragem é o que distingue os grandes governos em momentos de apuros...

Jeremias Langa, O País. Leia aqui.

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