Monday, 27 June 2011

Bispos católicos atacam educação moçambicana

Educação deve ser repensada

Os bispos da igreja católica lançam duras críticas ao sistema nacional de ensino, com enfoque para o primário e secundário básico. Em carta pastoral, dirigida às comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa vontade, os bispos dizem ser indiscutível o baixo nível de ensino em Moçambique denunciado pela sociedade. “É elevado o número de alunos que terminam o nível básico sem saber ler nem escrever até os seus próprios nomes”, apontam.
Para os católicos, as reformas curriculares que se têm introduzido no país são mal digeridas e representam uma agenda oculta de países de fora. Ou seja, “é inegável a constante introdução de reformas do ensino. Tudo leva a crer que as mesmas (reformas) se destinam antes a obedecer a esquemas impostos de fora, da parte dos parceiros de desenvolvimento, do que ter em conta o tipo da pessoa moçambicana, a sua cultura e, acima de tudo, a sua realidade”, escrevem os bispos. As passagens automáticas são também criticadas. Os bispos entendem que tal procedimento, recentemente introduzido, apenas só engana aos estudantes a que lhes são atribuídos níveis que, na verdade, não os merecem. Mas, em parte, os pais e encarregados de educação são também parte do problema da educação no seu todo, devido ao fraco acompanhamento do processo educativo dos seus filhos. Grave é ainda o facto dos pais não terem a capacidade de denunciar a corrupção que se verifica em algumas escolas, e, às vezes, tornando-se cúmplices.
Na verdade, são vários aspectos que os bispos dizem ser negativos, que mancham a educação moçambicana. Levantam, por exemplo, a questão daquilo que chamam de clientelismo partidário ou favoritismo baseado em amizade no processo de contratação de docentes.

1 comment:

Anonymous said...

Quanta verdade vem citada nesta postagem!!!
O sistema de educação em Moçambique tem de dar uma volta de 360 graus, se queremos progredir e fazer parte dos países desenvolvidos,e mesmo, porque não dizer, competir com outros países considerados desenvolvidos ou do primeiro mundo?
A maioria dos alunos não domina a língua nacional, falada ou escrita.
Existe a falta de cultura da 'leitura obrigatória'.
Conheço algumas pessoas com bacharelatos, mas fico pasmada como conseguiram alcançar tal nível de ensino. Quando abrem a boca só saiem 'asneiras', não conseguem manter um diálogo, dão erros de ortografia a nível da escolaridade primária, enfim, revelam um nível de ignorância total.
O ensino em Moçambique necessita de uma reforma total.
Os encarregados de educação têm de se empenhar em casa, ajudando os seus filhos, desta forma, apoiando os professores que não podem dar atenção individual a dezenas de alunos.
Maria Helena