(JZuma deverá transmitir a Mugabe a insatisfação regional pelo incumprimento do acordo politico global)
A cimeira da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que tem início na sexta-feira em Joanesburgo, deverá marcar um endurecimento das posições regionais para com o presidente zimbabweano.
De acordo o diário "The Times" de Joanesburgo, o presidente sul-africano Jacob Zuma, que tem assumido o papel de mediador na crise política no Zimbabwe, deverá transmitir, cara a cara, ao seu homólogo zimbabweano, Robert Mugabe, a insatisfação dos líderes regionais com o sistemático incumprimento por parte de Mugabe, do acordo político global assinado entre o partido do presidente, ZANU-PF e o MDC, do Primeiro - ministro Morgan Tsvangirai.
A crise zimbabweana, que não revela sinais de progresso em virtude da continuada violência do aparelho de segurança e do sistema judiciário, ambos controlados por Robert Mugabe, contra membros e dirigentes do MDC e outros opositores, deveria ter sido discutida em maio em Windhoek, Namíbia, mas o tema seria adiado devido a ausência de Zuma.
Segundo o "The Times", o mediador e os atuais responsáveis do Órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC (os presidentes Armando Guebuza, de Moçambique e Rupiah Banda, da Zâmbia) teriam já advertido Mugabe de que "a paciência dos líderes regionais se estaria a esgotar".
Tal sentimento é visível no comunicado da recente cimeira de Livingstone, documento que foi descrito por Robert Mugabe como "chocante".
Apesar de tudo, Mugabe viria a registar mais uma vitória política no encontro de Windhoek, quando a organização regional decidiu manter em vigor a suspensão imposta a uma decisão do Tribunal da SADC, que condenou o governo do Zimbabwe no processo que foi interposto por fazendeiros brancos que se viram expropriados de milhões de hectares de terras sem direito a indemnizações.
Essa vitória de Mugabe poderá, segundo uma fonte diplomática sul-africana que pediu o anonimato, "sol de pouca dura", sendo provável que "mais cedo ou mais tarde, a SADC condene formalmente as táticas de distorção do processo eleitoral que continuam em execução pela ZANU-PF".
A cimeira de líderes da África Austral em Joanesburgo, será de facto uma cimeira tripartida, estando prevista a conclusão de negociações entre três zonas aduaneiras do continente africano, destinadas à criação de uma zona de comércio livre entre o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), a Comunidade da África Oriental (EAC) e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
As três regiões têm uma população combinada de 590 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de 860 mil milhões de dólares.
(RM/Angop)
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