Tornou-se hábito, em Moçambique, os governantes atribuírem às benfeitorias públicas e empreendimentos sociais — escolas, ruas, avenidas, praças, jardins, pontes, etc., — seus nomes, para se eternizarem. Tal acto visa incutir, ao povo, a ideia de que eles são importantes e imprescindíveis na vida da Nação e na existência do Estado como uma entidade.
Esta prática acontece, com maior frequência, nos estados com o sistema monopartidário ou a caminho deste, em monarquias medievais ou ultra-retrógradas. Recentemente, era o sonho dos dirigentes comunistas que se julgavam o sol dos povos que espezinhavam.
A seguir à Independência Nacional, começaram a surgir instituições públicas, aldeias, povoações, associações de produtores e artesãos, ruas, avenidas, praças e pracetas estampadas com o nome de Samora Machel. Os nomes tradicionais que adormecem na memória do povo foram abafados e substituídos pelos dos novos dirigentes do País.
Até pontes do tempo colonial foram rebaptizadas com nomes de novos heróis da proa do Partido/Estado, numa febre pelas mudanças. Quando chegou a vez de Joaquim Chissano subir ao trono, esta maneira de pensar não foi ultrapassada. Chissano mandou construir um importante centro de conferências, destoando a contenção que o caracteriza, atribuindo, com o apoio de uma legião de escovas, ao edifício o seu nome.
A história volta a repetir-se. Armando Guebuza está a espalhar o seu nome em tudo quanto seja benfeitoria pública. Em Chamanculo, na cidade de Maputo, uma escola comunitária leva seu nome. Agora, o maior empreendimento de uma obra de grande engenharia – a ponte sobre o Rio Zambeze – vai ser baptizado com o nome Armando Guebuza.
António de Oliveira Salazar – pai do regime fascista em Portugal – não perdia oportunidade de mandar graver seu nome num empreendimento de grande envergadura – pontes e bairros, ainda imponentes, em Moçambique. Isso era produto de endeusamento para se perpetuar, o desmedido gosto pelo poder e a molekada não falta para bater palmas.
Este apetite é perigoso quando acompanhado por engraxadores que chegam a dizer ou a escrever que Sua Excelência é anjo enviado por Deus para salvar o povo moçambicano. Outros puxa-sacos, para caírem nas graças do grande chefe, dizem que o povo gosta muito de Vossa Excelência. O seu gesto e a sua bondade enlouquecem o povo. Continue assim para o bem da Nação e da luta contra pobreza.
O País corre o risco de perder a sua memória porque tudo fica a girar a volta do pai da nação. É urgente lei que proíba dirigentes baptizar instituições públicas, outras benfeitorias com seus nomes. A lei deve ressaltar que, enquanto um dirigente estiver em vida ou no poder, seu nome fica interdito de ser atribuído a uma rua, avenida, escola pública ou qualquer benfeitoria.
Se esta prática se vislumbra benéfica para o partido Frelimo e seus dirigentes, a mesma pode ser perniciosa para o povo. O estádio de futebol em construção levará o nome de quem?
Esta prática acontece, com maior frequência, nos estados com o sistema monopartidário ou a caminho deste, em monarquias medievais ou ultra-retrógradas. Recentemente, era o sonho dos dirigentes comunistas que se julgavam o sol dos povos que espezinhavam.
A seguir à Independência Nacional, começaram a surgir instituições públicas, aldeias, povoações, associações de produtores e artesãos, ruas, avenidas, praças e pracetas estampadas com o nome de Samora Machel. Os nomes tradicionais que adormecem na memória do povo foram abafados e substituídos pelos dos novos dirigentes do País.
Até pontes do tempo colonial foram rebaptizadas com nomes de novos heróis da proa do Partido/Estado, numa febre pelas mudanças. Quando chegou a vez de Joaquim Chissano subir ao trono, esta maneira de pensar não foi ultrapassada. Chissano mandou construir um importante centro de conferências, destoando a contenção que o caracteriza, atribuindo, com o apoio de uma legião de escovas, ao edifício o seu nome.
A história volta a repetir-se. Armando Guebuza está a espalhar o seu nome em tudo quanto seja benfeitoria pública. Em Chamanculo, na cidade de Maputo, uma escola comunitária leva seu nome. Agora, o maior empreendimento de uma obra de grande engenharia – a ponte sobre o Rio Zambeze – vai ser baptizado com o nome Armando Guebuza.
António de Oliveira Salazar – pai do regime fascista em Portugal – não perdia oportunidade de mandar graver seu nome num empreendimento de grande envergadura – pontes e bairros, ainda imponentes, em Moçambique. Isso era produto de endeusamento para se perpetuar, o desmedido gosto pelo poder e a molekada não falta para bater palmas.
Este apetite é perigoso quando acompanhado por engraxadores que chegam a dizer ou a escrever que Sua Excelência é anjo enviado por Deus para salvar o povo moçambicano. Outros puxa-sacos, para caírem nas graças do grande chefe, dizem que o povo gosta muito de Vossa Excelência. O seu gesto e a sua bondade enlouquecem o povo. Continue assim para o bem da Nação e da luta contra pobreza.
O País corre o risco de perder a sua memória porque tudo fica a girar a volta do pai da nação. É urgente lei que proíba dirigentes baptizar instituições públicas, outras benfeitorias com seus nomes. A lei deve ressaltar que, enquanto um dirigente estiver em vida ou no poder, seu nome fica interdito de ser atribuído a uma rua, avenida, escola pública ou qualquer benfeitoria.
Se esta prática se vislumbra benéfica para o partido Frelimo e seus dirigentes, a mesma pode ser perniciosa para o povo. O estádio de futebol em construção levará o nome de quem?
( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, de 07/07/09 )
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