Saturday 15 August 2015

Xiconhoquices da semana: Compra da casa de Aiuba Cuereneia sem concurso público; Saudação de Filipe Nyusi a ginastas; Causa da tragédia de Chitima ainda por apurar

Os nossos leitores elegeram a seguinte xiconhoquice na semana finda:

Compra da casa de Aiuba Cuereneia sem concurso publico

A senhora Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, jogou, por instantes, a capa de guardiã da legalidade ao chão e envergou a da falta de vergonha. Sem concurso público, a Magistrada do Ministério Público, que achegou à casa que dirige pela mão do antecessor do Presidente Filipe Nyusi, ignorou os apelos para a observância das medidas de austeridade e comprou uma casa do antigo ministro de Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, a 23.532.000 meticais. Com este ajuste directo na aquisição da tal moradia, fora das normas previstas pelo Decreto 15/2010, de 24 de Maio, será que Beatriz quis garantir a reforma do ex-governante, uma vez que ficou de lado na composição do actual Governo? E qual foi a sua contraparte monetária, senhora Procuradora? Diante do facto de se ter infringido os princípios previstos no dispositivo em causa para efeitos de ajuste directo na aquisição de bens do Estado, podia explicar-nos, Beatriz, a que critérios recorreu para fechar tal negocio? Com estas xiconhoquices percebe-se que no Executivo há gente que está interessada em arruinar os cofres do erário. É bom que a senhora Beatriz saiba que os critérios de gestão dos impostos do povo é diferente dos que são aplicados na gerência de unhas e da cabeleireira de uma mulher? Respeite o nosso suor e daqueles que nos apoiam como nação!

Saudação de Filipe Nyusi a ginastas

Há boas intenções que quando não são manifestas no momento certo, a posterior não passam de uma grande hipocrisia. Não se sabe por que carga de água o Presidente da República, Filipe Nyusi, decidiu saudar a selecção nacional de salto à corda que se sagrou campeã do mundo na especialidade de “Double Dutch”, também conhecida por salto acrobático à corda, num certame que decorreu na França entre 21 e 26 de Julho passado. O Chefe de Estado e o Ministério da Juventude e Desporto, liderado pelo jovem Alberto Nkutumula, nem sequer lembravam de que em Moçambique existia uma equipa de ginastas ou uma modalidade de salto à corda, ora marginalizada como tantas outras. Porém, mal espalhou-se a informação de que os miúdos venceram a prova, as homenagens começaram a “cair” de forma imparável como uma chuvada de Verão. Após os rapazes serem campeões enquanto no momento da preparação não tiveram o apoio necessário, tudo que se possa fazer por eles é hipocrisia genuína. A par do que tem sido feito para os nossos Mambas e eternos perdedores, qual é a dificuldade que os gestores desportivos, sobretudo o Governo, têm de apostar nas modalidades que timidamente trazem galardões para o país?

Causa da tragédia de Chitima ainda por apurar

Meses depois da tragédia que matou 75 pessoas das 177 contaminadas por “phombe”, uma bebida alcoólicas de fabrico caseiro, em Chitima, sede do distrito de Cahora Bassa, na província de Tete, o Ministério da Saúde (MISAU) ainda não determinou quais foram as causas da desgraça que deixou várias crianças órfãs e algumas delas desamparadas. A instituição do Estado remete-nos a um tempo indeterminado para esclarecer o que se passou. Em 40 anos de independência nacional ninguém deve ficar surpreso com tamanha letargia e incompetência das autoridades de saúde, em particular, e de todo o Governo, em geral. Na verdade, o que não se quer assumir é que o inquérito com vista a apurar as causas da desgraça já foi engavetado e alguém só se lembra do mesmo quando a Imprensa faz pressão, pois o povo tem o direito de saber o que realmente aconteceu naquele dia. Só uma máquina administrativa que se move a passo de camaleão é que pode se refugiar no “brevemente” para esclarecer o problema. Isto, disto por um director nacional de Saúde Pública, Francisco Mbofana, soa a comédia que já não faz rir a ninguém e, principalmente, a uma história para o boi dormir. Que jogo baixo é esse, senhores?



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