O discurso de inclusão, aquando da tomada de posse do actual Presidente da República, F. J. Nyusi, criou não só uma forte esperança por dias melhores como também a crença de construção de um novo posicionamento político marcadamente diferente do governo anterior. Foi um discurso certeiro na medida em que estávamos diante de um lance político cuja base era: falar aquilo que o povo quer(ia) ouvir.
Ouvimos “inclusão” de forma repetitiva nesse discurso e muitos acreditaram que uma nova era se iniciava. Os mais cépticos ou, se quisermos, pessimistas, esperaram para ver. E, de facto, formou-se um novo governo baseado em acomodações e continuidade do anterior. De “novo” pouco teve. Fundamento: em equipa vencedora não se mexe. De certeza que este não foi o verdadeiro fundamento da manutenção e continuidade de parte dos elementos dessa equipa. É que, por exemplo, esses mesmos que “passaram” têm uma parcela de contribuição na queda de imagem do anterior PR.
Como a “inclusão” ficou só no papel, para futuro consumo das gerações vindouras, então, percebemos clara e simplesmente que houve “mudança na continuidade”. Este facto pode ter estado na origem do endurecimento de posições tanto por parte do Governo (Frelimo) como da Oposição (Renamo). Se nos dias que correm o PR já diz com um ar mais seguro que “a revindicação da Renamo é incompatíve com os resultados das últimas eleições gerais e com a legislação eleitoral em vigor” no País, por outro lado, a Renamo finca-pé na criação de Autarquias Provinciais como saída para os resultados eleitorais também por si contestados.
Cada uma das partes repete o seu posicionamento procurando atingir o “ponto da verdade”. O perigo é que, não havendo desempate dessas verdades fruto da falta de inteligência e de entendimento entre as partes, restará como única saída o uso da força. Esta ameaça é preocupante para os amantes da paz. Provavelmente o caminho para a paz seja a guerra (e para esta seja a primeira). Porém, muito mais seguro que a guerra é o uso da inteligência, é a negociação, é o diálogo político curto e certeiro, é o pensar que outros moçambicanos também têm umbigos.
Hoje falamos de despartidarização. O que já é um avanço significativo ainda que esteja tremida como resultado da resistência à mudança. É um processo! As consequências da despartidarização são claras: vantajosas para quem dela não se beneficiava e desvantajosa para quem montou essa pedra ruim no Estado. Um governo de inclusão, no verdadeiro sentido do entendimento popular, estaria mais livre e predisposto para decidir e acelerar questões como a despartidarização. Os “assuntos” no Centro de Conferências Joaquim Chissano já teriam sido encerrados há muito tempo. A separação de poderes já teria ganho um carácter mais realístico e menos teatral. Mas, como as suposições, como o “se” não faz história e porque é possível, esperaremos que o actual Governo consiga acelerar o passo no sentido de resolvermos a dor política, esta ferida aberta na governação anterior quando se cicatrizavam os nossos medos, os nossos ódios, quando a inclusão, a despartidarização, a paz e a unidade nacional conquistavam o seu espaço.
Ouvimos “inclusão” de forma repetitiva nesse discurso e muitos acreditaram que uma nova era se iniciava. Os mais cépticos ou, se quisermos, pessimistas, esperaram para ver. E, de facto, formou-se um novo governo baseado em acomodações e continuidade do anterior. De “novo” pouco teve. Fundamento: em equipa vencedora não se mexe. De certeza que este não foi o verdadeiro fundamento da manutenção e continuidade de parte dos elementos dessa equipa. É que, por exemplo, esses mesmos que “passaram” têm uma parcela de contribuição na queda de imagem do anterior PR.
Como a “inclusão” ficou só no papel, para futuro consumo das gerações vindouras, então, percebemos clara e simplesmente que houve “mudança na continuidade”. Este facto pode ter estado na origem do endurecimento de posições tanto por parte do Governo (Frelimo) como da Oposição (Renamo). Se nos dias que correm o PR já diz com um ar mais seguro que “a revindicação da Renamo é incompatíve com os resultados das últimas eleições gerais e com a legislação eleitoral em vigor” no País, por outro lado, a Renamo finca-pé na criação de Autarquias Provinciais como saída para os resultados eleitorais também por si contestados.
Cada uma das partes repete o seu posicionamento procurando atingir o “ponto da verdade”. O perigo é que, não havendo desempate dessas verdades fruto da falta de inteligência e de entendimento entre as partes, restará como única saída o uso da força. Esta ameaça é preocupante para os amantes da paz. Provavelmente o caminho para a paz seja a guerra (e para esta seja a primeira). Porém, muito mais seguro que a guerra é o uso da inteligência, é a negociação, é o diálogo político curto e certeiro, é o pensar que outros moçambicanos também têm umbigos.
Hoje falamos de despartidarização. O que já é um avanço significativo ainda que esteja tremida como resultado da resistência à mudança. É um processo! As consequências da despartidarização são claras: vantajosas para quem dela não se beneficiava e desvantajosa para quem montou essa pedra ruim no Estado. Um governo de inclusão, no verdadeiro sentido do entendimento popular, estaria mais livre e predisposto para decidir e acelerar questões como a despartidarização. Os “assuntos” no Centro de Conferências Joaquim Chissano já teriam sido encerrados há muito tempo. A separação de poderes já teria ganho um carácter mais realístico e menos teatral. Mas, como as suposições, como o “se” não faz história e porque é possível, esperaremos que o actual Governo consiga acelerar o passo no sentido de resolvermos a dor política, esta ferida aberta na governação anterior quando se cicatrizavam os nossos medos, os nossos ódios, quando a inclusão, a despartidarização, a paz e a unidade nacional conquistavam o seu espaço.
Luís Guevane, Savana 24-07-2015
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