Monday, 10 August 2015

DIÁLOGO POLÍTICO/ GOVERNO ACUSA A RENAMO DE ATACAR AS FORÇAS POLICIAIS

A delegação do governo, em sede do diálogo político, que decorre há mais de dois anos e cujo fim não se vislumbra para breve, acusa a Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, de ter protagonizado ataques contra as forças policiais, no distrito de Tsangano, província central de Tete.
A acusação foi feita hoje no Centro de Conferencias Joaquim Chissano, em Maputo, no final da 113ª ronda do diálogo, pelo chefe adjunto da delegação do Governo, Abduremane de Almeida, que é, igualmente, Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos. 
A nossa discussão gravitou em volta do relatório elaborado pelos peritos militares e, neste mesmo relatório, estão lá anunciados mais cinco ataques realizados pela Renamo contra as forças policiais, disse o chefe adjunto, adiantando que os homens pertencentes ao partido de Afonso Dhlakama atacaram, também, uma viatura civil.
Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuane, disse haver necessidade de se criar uma comissão de inquérito composta pelas duas delegações e pelos mediadores nacionais, para que se possa apuarar os factos.
O governo apresentou questões que no seu entender têm a ver com possíveis violações do Acordo de Cessação dos Acordos Militares, assinados em Setembro do ano passado, disse Macuiane, completando que nós, ao nível da mesa, dissemos que é fundamental a criação duma comissão de inquérito para a zona onde o governo fez referência.
Na ronda de hoje, era suposto que as partes tivessem arrancado com o quarto ponto da agenda negocial refente às Questões Económicas, onde se pretende debater a distribuição equitativa dos recursos que o país possui. No entanto, a Renamo ainda não apresentou a sua proposta. 
Era nossa espectativa que a Renamo tivesse trazido aquilo que é a sua proposta para o quarto ponto do diálogo político, desta feita, ficamos a espera dos passos subsequentes, afirmou De Almeida, acrescentando que aliás, foi plano da própria Renamo trazer a substância que constitui o quarto ponto. 
As partes continuam a divergir no procedimento a tomar com a declaração da Despartidarização do Aparelho do Estado. Isso porque a Renamo quer que a mesma seja homologada pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano, facto que o governo não concorda.
O nosso espanto é que o governo refere que apenas a Renamo tem a responsabilidade de submeter este documento à Assembleia da República, enquanto que está claro que ambas as partes devem faze-lo, disse o chefe da delegação da Renamo.
Fazem parte da agenda deste diálogo, o pacote eleitoral, a despartidarização do Aparelho do Estado, Questões Militares, que preconizam a desmilitarização da Renamo, e Questões Económicas. Entretanto, apenas o primeiro ponto, referente ao Pacote Eleitoral, foi concluido, por consenso.


(AIM)

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