“Onde ficam as chaves do céu para libertar a chuva?”, questionava-se Joana em 2012 quando @Verdade esteve no distrito de Chigubo, na província de Gaza. Nesse ano a seca tinha sido, mais uma vez, a causa da perda de grande parte das culturas alimentares e ameaçava a sobrevivência das famílias que ali residem e do gado. Mas a seca e estiagem não eram novidade em Chibubo nem nos distritos de Chicualacuala, Mabalane e Massangena.
Sendo a seca um fenómeno frequente, nas regiões centro e sul de Moçambique e com alguns focos nas províncias do norte, estava previsto, no Plano de Contingência 2014-2015, aprovado pelo Governo de Armando Guebuza em Novembro de 2014, que incidisse “principalmente nalguns Distritos das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Tete e Cabo Delgado, estimando-se que cerca de 26.000 famílias (130.000 pessoas) possam estar afectadas, o correspondente a uma área em risco de cerca de 21.000 hectares localizados principalmente em distritos considerados áridos e semi-áridos, nomeadamente Magude, Matutuine, Chicualacuala, Mabalane, Chigubo, Massangena, Panda, Funhalouro, Mabote, Guro, Macossa e Tambara, Changara, Cahora Bassa, Mágoe, Mutarara, Zumbo e Moatize.”
Ao contrário do que o Governo de Filipe Jacinto Nyusi pretende fazer crer, que depois das cheias do início do ano a calamidade agora em Moçambique é a seca, a verdade é que a falta de água naquelas regiões é “cíclica”, dizem documentos governamentais e vários estudos oficias.
O que não se sabe é o que foi feito desde então para prevenir antecipadamente esta situação.
Para piorar o drama das centenas de milhares de moçambicanos, o Primeiro-Ministro, após descobrir a seca só seis meses depois de tomar posse, acha serem necessários estudos!
Estudos existem, feitos por instituições governamentais desde há mais de uma década, que não só identificaram as causas da falta do precioso líquido como indicam claramente as soluções: “Construir sistemas para a recolha e conservação de água das chuvas para posterior uso na época seca; Abrir poços ou furos de água; Instalar pequenos sistemas de irrigação sustentáveis explorando o uso de energias renováveis para alimentação do sistema; Incentivar a investigação aplicada de culturas tolerantes a seca e a pragas, e uso de culturas de ciclo curto; Disseminar e incentivar o uso de culturas tolerantes a seca”, entre outras.
Em 2012, o então administrador de Chigubo revelou ao @Verdade que “estudos geofísicos para o nosso distrito indicam que a água só pode ser alcançada em condições para o consumo a partir dos 150 metros de profundidade”. Portanto, as soluções são conhecidas.
Se é certo que o Primeiro-Ministro é novo, vários dos seus ministros têm conhecimento destas situações, como é o caso do titular da pasta da Agricultura que deve esclarecer o que foi feito nestes distritos para mitigar o impacto da estiagem?
Talvez seja já altura de pararmos de colher “experiências” no exterior e fazer uso dos conhecimentos acumulados pelos moçambicanos que trabalham a terra há várias gerações, pelos engenheiros e técnicos nacionais que há vários anos trabalham no país real.
Sendo a seca um fenómeno frequente, nas regiões centro e sul de Moçambique e com alguns focos nas províncias do norte, estava previsto, no Plano de Contingência 2014-2015, aprovado pelo Governo de Armando Guebuza em Novembro de 2014, que incidisse “principalmente nalguns Distritos das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Tete e Cabo Delgado, estimando-se que cerca de 26.000 famílias (130.000 pessoas) possam estar afectadas, o correspondente a uma área em risco de cerca de 21.000 hectares localizados principalmente em distritos considerados áridos e semi-áridos, nomeadamente Magude, Matutuine, Chicualacuala, Mabalane, Chigubo, Massangena, Panda, Funhalouro, Mabote, Guro, Macossa e Tambara, Changara, Cahora Bassa, Mágoe, Mutarara, Zumbo e Moatize.”
Ao contrário do que o Governo de Filipe Jacinto Nyusi pretende fazer crer, que depois das cheias do início do ano a calamidade agora em Moçambique é a seca, a verdade é que a falta de água naquelas regiões é “cíclica”, dizem documentos governamentais e vários estudos oficias.
O que não se sabe é o que foi feito desde então para prevenir antecipadamente esta situação.
Para piorar o drama das centenas de milhares de moçambicanos, o Primeiro-Ministro, após descobrir a seca só seis meses depois de tomar posse, acha serem necessários estudos!
Estudos existem, feitos por instituições governamentais desde há mais de uma década, que não só identificaram as causas da falta do precioso líquido como indicam claramente as soluções: “Construir sistemas para a recolha e conservação de água das chuvas para posterior uso na época seca; Abrir poços ou furos de água; Instalar pequenos sistemas de irrigação sustentáveis explorando o uso de energias renováveis para alimentação do sistema; Incentivar a investigação aplicada de culturas tolerantes a seca e a pragas, e uso de culturas de ciclo curto; Disseminar e incentivar o uso de culturas tolerantes a seca”, entre outras.
Em 2012, o então administrador de Chigubo revelou ao @Verdade que “estudos geofísicos para o nosso distrito indicam que a água só pode ser alcançada em condições para o consumo a partir dos 150 metros de profundidade”. Portanto, as soluções são conhecidas.
Se é certo que o Primeiro-Ministro é novo, vários dos seus ministros têm conhecimento destas situações, como é o caso do titular da pasta da Agricultura que deve esclarecer o que foi feito nestes distritos para mitigar o impacto da estiagem?
Talvez seja já altura de pararmos de colher “experiências” no exterior e fazer uso dos conhecimentos acumulados pelos moçambicanos que trabalham a terra há várias gerações, pelos engenheiros e técnicos nacionais que há vários anos trabalham no país real.
Editorial, A Verdade
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