Monday 7 May 2012

“Minérios não matam fome”

O economista moçambicano Firmino Mucavele considera que, mesmo com o desenvolvimento da indústria de mineração, Moçambique não irá a lado nenhum se não apostar na agricultura.
Mucavele disse que os recursos minerais acabam, não matam a fome e os recursos provenientes da sua exploração não garantem segurança alimentar.
Segundo “AIM”, que cita a Rádio Moçambique, Mucavele afirma que “70-80 por cento do investimento em recursos minerais é estrangeiro e dos retornos só 20 por cento ficam em Moçambique”.
Mucavele, economista, foi recentemente distinguido pela Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), em reconhecimento dos seus esforços para o desenvolvimento da agricultura do continente.
“os recursos minerais não vão servir para combater a pobreza. Apenas contribuirão para a imagem do país, sem representar solução para a segurança alimentar, nem para o nosso desenvolvimento com sustentabilidade”, acrescentou.
À semelhança do que muitos sugerem, Mucavele defende reformas profundas no sector agrário em Moçambique, com adopção de uma estratégia pragmática e realísticas capaz de transformar a agricultura de subsistência em comercial.
A fonte considera que o país só irá ter uma agricultura com elevados níveis de produção e de produtividade e que contribua para o desenvolvimento dos outros sectores quando apostar na agricultura comercial, com pequenas e médias empresas.
Mas em Moçambique não existe articulação entre as diferentes cadeias de valores e as políticas e acções definidas para os diversos sectores de desenvolvimento denotam falta de harmonia e congruência.
“Em consequência, nenhuma acção ou política tem sucesso. Se há financiamento de semente, não há financiamento de transporte nem de armazenamento. Se há uma linha férrea, não há agro-processamento. Não há ligação entre a produção, processamento, armazenamento e distribuição”, disse Mucavele.
Outro problema apontado por Mucavele prende-se com a fraca investigação e a falta de ligação entre esta e a extensão e inovação. Este problema está ligado à falta de investimento nessa componente e a não valorização do potencial dos poucos quadros formados existentes no país.

O País

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