Johanesburgo, 20 Maio (AIM) – Negócios alegadamente duvidosos de filhos e familiares do presidente Jacob Zuma, são encarados como “desastrosos”, porque comprometem a sua confiança junto do eleitorado sul-africano, bem como a sua reeleição para um segundo mandato na liderança do país.
Jornais sul-africanos revelaram, este último fim-de-semana, que Edward Zuma, filho do estadista sul-africano, foi processado pelo Tribunal Supremo de Durban, na província de KwaZulu-Natal por, alegadamente, não ter pago as despesas do seu casamento, calculadas em 1,5 milhões de randes.
Um outro escândalo que aparece como prato forte da imprensa são os negócios da extensa família do presidente.
Por exemplo, a imprensa escreve que antes do seu matrimónio Edward Zuma foi acusado pela Unidade do Crime Organizado da Polícia da África do Sul de se intrometer numa investigação criminal.
Aquela unidade da polícia sul-africana revelou, em Março último, que Edward usou a sua influência para tentar descongelar 15 milhões de randes, numa perspectiva de obter dividendos de um investimento de 900 mil randes com o seu parceiro, Thoshan Panday, que e’ acusado de fraude.
Ainda em Março, a comunicação social sul-africana denunciou Michael Zuma, irmão do presidente, pelo seu alegado envolvimento em casos de suborno de altos oficiais da polícia.
Em 2009, quando Zuma assumiu a liderança do país, o seu neto, Mandla Gcaba, emergiu nas manchetes dos jornais sul-africanos como sendo o vencedor de um concurso relacionado com transportes públicos no Município de Thekwini, negócio que envolvia vários milhões de randes.
Várias transportadoras protestaram contra o facto de o concurso não ter sido público, razão pela qual o contracto foi declarado ilegal em Dezembro de 2009.
Mas Sbu Sithole, gestor municipal dos transportes públicos de Thekwini, reivindicou que uma companhia, associada a Gcaba, estaria ainda a operar, de forma periódica, arrecadando uma receita superior a 300 milhões de randes.
Outro caso envolvendo a família do Presidente sul-africano tem a ver com a falta de pagamento de salários dos trabalhadores de uma companhia aurífera liquidada.
A empresa, “Pamodzi Gold mine”, pertencente a “Aurora Empowerment Systems”, do neto de Zuma, foi liquidada em 2009, mas deixou milhares de trabalhadores sem os seus salários.
Em 2010, Duduzani, filha do presidente Zuma, apareceu como a “menina” intocável quando a imprensa reportou que estaria a tornar-se milionária num negócio com a empresa sul-africana “Arcelor-Mittal SA”.
Lonwabo Sambudla, casado com Duduzani, filha do presidente, foi denunciado por manter laços com a empresa “Billion Group”, recomendada para um contrato de 1.000 milhões de randes para a construção do novo edifício do Ministério dos Serviços Públicos e Administração.
Estes casos, segundo analistas, mancham de certa forma a dignidade do presidente, particularmente numa altura em que o partido se prepara para eleger um novo líder.
Segundo uma sondagem de opinião pública divulgada em finais de 2011, a popularidade de Zuma tem vindo a cair paulatinamente a favor do seu vice, Kgalema Motlanthe.
Um universo de 2.000 adultos entrevistados, nas áreas metropolitanas do país, demonstra que 48 por cento dos inquiridos manifestavam o seu optimismo com a liderança de Zuma, contra 58 por cento logo após a sua ascensão ao cargo, em 2009.
Na mesma altura, a sondagem indica que 47 por cento dos entrevistados são favoráveis a Motlanthe, facto que demonstra o “quão significante” é o declínio da popularidade de Zuma no país.
(AIM)
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