Dirigentes cristãos da Nigéria denunciaram a existência de uma “limpeza étnica e religiosa” em curso no Norte do país, onde desde o Natal dezenas de pessoas, na sua maioria protestantes e católicos, morreram em atentados reivindicados pelo grupo radical islamista Boko Haram.
A violência ganhou nova dimensão depois de quinta-feira, quando expirou um ultimato da organização para que todos os cristãos e animistas vindos do Sul abandonassem a região, maioritariamente muçulmana. O estado de Adamawa, no Leste do país, não estaria abrangido pelo aviso, adianta a BBC, mas foi aí que se concentraram os mais recentes ataques.
Um último balanço dá conta de 29 mortos em apenas 24 horas, incluindo 17 vítimas de um ataque armado na cidade de Mubi, onde decorria um encontro de responsáveis de uma etnia cristã. “Eles estavam reunidos quando chegou um grupo de homens armados e começou a disparar”, disse um residente à BBC. A estação britânica noticiou que outras dez pessoas morreram num ataque contra uma igreja em Yola, a capital provincial.
Numa tentativa para controlar a situação, o governador de Adamawa decretou um recolher obrigatório de 24 horas e o Exército colocou mais homens nas ruas. Medidas que não acalmaram a população, pois há notícias de que centenas de pessoas estão a abandonar as cidades, em busca de refúgio.
“A dimensão desta mortandade faz-nos efectivamente pensar numa limpeza étnica e religiosa sistemática”, disse o chefe da Associação Cristão da Nigéria, um grupo que reúne líderes de igrejas católicas e protestantes do país, citado pela AFP. O reverendo Ayo Oritsejafor disse que a organização, reunida de emergência neste domingo, “decidiu definir os meios necessários para defender [a comunidade] face a estas matanças insanas”.
O Presidente Goodluck Jonathan, ele próprio cristão, comprometeu-se a derrotar o Boko Haram e declarou o estado de emergência em vários estados do Centro e Norte do país. Mas os grupos cristãos acusam-no de não fazer o suficiente para proteger os seus. “Temos o legítimo direito de nos defender, seja a que custo for”, reagiu hoje Oritsejafor, sem revelar que medidas estão a ser ponderadas.
O Boko Haram – cujo nome significa “a educação ocidental é proibida” – luta pelo derrube do Governo e a instauração de um Estado islâmico, com a aplicação estrita da sharia na Nigéria, um país de 160 milhões de habitantes, dividido entre o Norte muçulmano e o Sul de maioria cristã. Inicialmente uma seita, que se dizia inspirada pelos taliban afegãos, o grupo protagonizou em 2009 uma insurreição que foi brutalmente esmagada pelo Exército. Ressurgiu meses depois na forma de guerrilha, responsável por dezenas de ataques contra militares, polícias, responsáveis locais e religiosos que se opõem à sua ideologia.
Radio Moçambique
A violência ganhou nova dimensão depois de quinta-feira, quando expirou um ultimato da organização para que todos os cristãos e animistas vindos do Sul abandonassem a região, maioritariamente muçulmana. O estado de Adamawa, no Leste do país, não estaria abrangido pelo aviso, adianta a BBC, mas foi aí que se concentraram os mais recentes ataques.
Um último balanço dá conta de 29 mortos em apenas 24 horas, incluindo 17 vítimas de um ataque armado na cidade de Mubi, onde decorria um encontro de responsáveis de uma etnia cristã. “Eles estavam reunidos quando chegou um grupo de homens armados e começou a disparar”, disse um residente à BBC. A estação britânica noticiou que outras dez pessoas morreram num ataque contra uma igreja em Yola, a capital provincial.
Numa tentativa para controlar a situação, o governador de Adamawa decretou um recolher obrigatório de 24 horas e o Exército colocou mais homens nas ruas. Medidas que não acalmaram a população, pois há notícias de que centenas de pessoas estão a abandonar as cidades, em busca de refúgio.
“A dimensão desta mortandade faz-nos efectivamente pensar numa limpeza étnica e religiosa sistemática”, disse o chefe da Associação Cristão da Nigéria, um grupo que reúne líderes de igrejas católicas e protestantes do país, citado pela AFP. O reverendo Ayo Oritsejafor disse que a organização, reunida de emergência neste domingo, “decidiu definir os meios necessários para defender [a comunidade] face a estas matanças insanas”.
O Presidente Goodluck Jonathan, ele próprio cristão, comprometeu-se a derrotar o Boko Haram e declarou o estado de emergência em vários estados do Centro e Norte do país. Mas os grupos cristãos acusam-no de não fazer o suficiente para proteger os seus. “Temos o legítimo direito de nos defender, seja a que custo for”, reagiu hoje Oritsejafor, sem revelar que medidas estão a ser ponderadas.
O Boko Haram – cujo nome significa “a educação ocidental é proibida” – luta pelo derrube do Governo e a instauração de um Estado islâmico, com a aplicação estrita da sharia na Nigéria, um país de 160 milhões de habitantes, dividido entre o Norte muçulmano e o Sul de maioria cristã. Inicialmente uma seita, que se dizia inspirada pelos taliban afegãos, o grupo protagonizou em 2009 uma insurreição que foi brutalmente esmagada pelo Exército. Ressurgiu meses depois na forma de guerrilha, responsável por dezenas de ataques contra militares, polícias, responsáveis locais e religiosos que se opõem à sua ideologia.
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