SR. DIRECTOR!
As duas semanas que ocorreram entre os dias 20 de Dezembro de 2011 e 2 de Janeiro de 2012, foram marcadas pelas festas de Natal e de passagem de ano. Como é normal acontecer nesta época do ano, ocorreram deslocações de pessoas nos mais diversos sentidos, ora ao encontro de familiares e amigos, ora em busca de lazer e diversão em zonas de sua escolha, nomeadamente zonas turísticas.
Maputo, Sexta-Feira, 6 de Janeiro de 2012:: Notícias
A cidade do Maputo, neste período, comporta-se, regra geral, de quatro formas distintas: uma parte dos seus habitantes, nomeadamente os da classe considerada média alta, abandona-a, demandado instâncias turísticas dentro do país, nomeadamente as belas praias dispersas ao longo da costa ou ainda locais específicos de países vizinhos; uma segunda parte – cada vez crescente, entre a classe média baixa – procura festas organizadas em hotéis, quintas ou “complexos” estabelecidos ao longo dos novos bairros que vão florescendo nos municípios da Matola, Maputo e mesmo Marracuene, enquanto a terceira secção, a maioria da população, junta-se em festas familiares nos subúrbios.
Enquanto isto, uma quarta categoria de cidadãos tomam a cidade, de forma sorrateira, porém em números cada ano crescente, ocupando hotéis e outras casas de acomodação: trata-se de cidadãos estrangeiros que, provenientes de tão longe como os Estados Unidos da América ou de tão perto como a África do Sul, procuram a nossa cidade-capital, como local de sua eleição para o período de Natal e fim-de -ano. E têm chegado às centenas, anos após ano!
Se uns são já visitantes habituais da nossa capital, aonde pretendem reencontrar pessoas, lugares e aromas já conhecidos, já outros – quiçá a maioria – são debutantes, atraídos por imagens e crónicas publicadas em revistas de viagem, pela Internet ou outros meios de comunicação. Seja como for, a escolha de ambos por Maputo transmite-nos uma informação da maior importância: que Maputo é uma cidade turística, por excelência! Com motivos humanos, paisagísticos, arquitectónicos, históricos e culturais que, devidamente estruturados, representam um inestimável potencial económico!
Se é verdade que os nossos visitantes hospedam em hotéis ou outro tipo de casas de acolhimento, também é verdade que estes são locais apenas úteis para dormir e, de manhã tomar o pequeno-almoço. O resto da actividade turística ocorre, obviamente, fora do hotel: nas ruas, feiras, espectáculos musicais, e, muito importante ainda, em torno da gastronomia local, pela qual se provam e apreciam os pratos, o sal e outros temperos da terra.
Chegados aqui, Maputo tem, cada ano que passa, um problema seríssimo! Maputo acha-se quase totalmente abandonado à sua sorte: neste período, exactamente neste período, a quase totalidade dos restaurantes da cidade encontram-se encerrados, sem apelo nem agravo! Constatamos isso mesmo, durante o recente período de festas: toda a cadeia de restaurantes e outro tipo de casas de pasto, situados no largo perímetro da zona metropolitana da cidade, que sobe da Avenida Karl Marx, no bairro central, até à Av. da Marginal, ultrapassando, portanto, a vistosa e agitada Julius Nyerere, estiveram encerrados, desde a semana de 20 de Dezembro de 2011 ao dia 2 de Janeiro do presente ano! No único restaurante que esteve aberto na zona da Polana-Cimento, pudemos testemunhar, envergonhados, a longas filas de turistas e de nacionais, que permaneciam em pé varias horas, à espera de um lugar para se sentarem e comer um simples frango assado!
Fez-nos lembrar os anos de chumbo, em que corríamos para nos inscrevermos às 17.00 horas para o jantar num restaurante da cidade, para depois esperar pela chamada na longa bicha, a partir das 20 horas, com o risco, aliás muito frequente, do carapau acabar, antes da nossa vez chegar!
Parece-nos fazer sentido, lançar aqui um apelo a quem de direito, nomeadamente ao Conselho Municipal da Cidade do Maputo, em associação com os Ministérios do Turismo e da Indústria e Comércio, no sentido de fazerem que se reflicta, também no domínio da restauração, a característica do Maputo como cidade turística! Conhecemos, pelo mundo fora, zonas de determinadas cidades, onde as características e o funcionamento de determinados restaurantes obedecem a critérios específicos, reflectindo a relevância turística ou a nobreza da zona! São os ex-libris da cidade!
Pelas televisões, vimos como várias cidades, pelo mundo fora, atraíram milhares de turistas e divertiram os seus habitantes, através de eventos diversos, como grandes espectáculos musicais e de fogo de artificio, feiras de gastronomia, etc. Caberiam, ai, as tão propaladas parcerias público-privadas. Contudo, na nossa cidade capital, aos turistas apenas sobravam algumas barracas da Feira Popular ou o popular Mercado do Peixe; ou era preciso perguntar à Polícia aonde encontrar um restaurante aberto, para pedir um simples frango assado!
Tomas Vieira Mário
As duas semanas que ocorreram entre os dias 20 de Dezembro de 2011 e 2 de Janeiro de 2012, foram marcadas pelas festas de Natal e de passagem de ano. Como é normal acontecer nesta época do ano, ocorreram deslocações de pessoas nos mais diversos sentidos, ora ao encontro de familiares e amigos, ora em busca de lazer e diversão em zonas de sua escolha, nomeadamente zonas turísticas.
Maputo, Sexta-Feira, 6 de Janeiro de 2012:: Notícias
A cidade do Maputo, neste período, comporta-se, regra geral, de quatro formas distintas: uma parte dos seus habitantes, nomeadamente os da classe considerada média alta, abandona-a, demandado instâncias turísticas dentro do país, nomeadamente as belas praias dispersas ao longo da costa ou ainda locais específicos de países vizinhos; uma segunda parte – cada vez crescente, entre a classe média baixa – procura festas organizadas em hotéis, quintas ou “complexos” estabelecidos ao longo dos novos bairros que vão florescendo nos municípios da Matola, Maputo e mesmo Marracuene, enquanto a terceira secção, a maioria da população, junta-se em festas familiares nos subúrbios.
Enquanto isto, uma quarta categoria de cidadãos tomam a cidade, de forma sorrateira, porém em números cada ano crescente, ocupando hotéis e outras casas de acomodação: trata-se de cidadãos estrangeiros que, provenientes de tão longe como os Estados Unidos da América ou de tão perto como a África do Sul, procuram a nossa cidade-capital, como local de sua eleição para o período de Natal e fim-de -ano. E têm chegado às centenas, anos após ano!
Se uns são já visitantes habituais da nossa capital, aonde pretendem reencontrar pessoas, lugares e aromas já conhecidos, já outros – quiçá a maioria – são debutantes, atraídos por imagens e crónicas publicadas em revistas de viagem, pela Internet ou outros meios de comunicação. Seja como for, a escolha de ambos por Maputo transmite-nos uma informação da maior importância: que Maputo é uma cidade turística, por excelência! Com motivos humanos, paisagísticos, arquitectónicos, históricos e culturais que, devidamente estruturados, representam um inestimável potencial económico!
Se é verdade que os nossos visitantes hospedam em hotéis ou outro tipo de casas de acolhimento, também é verdade que estes são locais apenas úteis para dormir e, de manhã tomar o pequeno-almoço. O resto da actividade turística ocorre, obviamente, fora do hotel: nas ruas, feiras, espectáculos musicais, e, muito importante ainda, em torno da gastronomia local, pela qual se provam e apreciam os pratos, o sal e outros temperos da terra.
Chegados aqui, Maputo tem, cada ano que passa, um problema seríssimo! Maputo acha-se quase totalmente abandonado à sua sorte: neste período, exactamente neste período, a quase totalidade dos restaurantes da cidade encontram-se encerrados, sem apelo nem agravo! Constatamos isso mesmo, durante o recente período de festas: toda a cadeia de restaurantes e outro tipo de casas de pasto, situados no largo perímetro da zona metropolitana da cidade, que sobe da Avenida Karl Marx, no bairro central, até à Av. da Marginal, ultrapassando, portanto, a vistosa e agitada Julius Nyerere, estiveram encerrados, desde a semana de 20 de Dezembro de 2011 ao dia 2 de Janeiro do presente ano! No único restaurante que esteve aberto na zona da Polana-Cimento, pudemos testemunhar, envergonhados, a longas filas de turistas e de nacionais, que permaneciam em pé varias horas, à espera de um lugar para se sentarem e comer um simples frango assado!
Fez-nos lembrar os anos de chumbo, em que corríamos para nos inscrevermos às 17.00 horas para o jantar num restaurante da cidade, para depois esperar pela chamada na longa bicha, a partir das 20 horas, com o risco, aliás muito frequente, do carapau acabar, antes da nossa vez chegar!
Parece-nos fazer sentido, lançar aqui um apelo a quem de direito, nomeadamente ao Conselho Municipal da Cidade do Maputo, em associação com os Ministérios do Turismo e da Indústria e Comércio, no sentido de fazerem que se reflicta, também no domínio da restauração, a característica do Maputo como cidade turística! Conhecemos, pelo mundo fora, zonas de determinadas cidades, onde as características e o funcionamento de determinados restaurantes obedecem a critérios específicos, reflectindo a relevância turística ou a nobreza da zona! São os ex-libris da cidade!
Pelas televisões, vimos como várias cidades, pelo mundo fora, atraíram milhares de turistas e divertiram os seus habitantes, através de eventos diversos, como grandes espectáculos musicais e de fogo de artificio, feiras de gastronomia, etc. Caberiam, ai, as tão propaladas parcerias público-privadas. Contudo, na nossa cidade capital, aos turistas apenas sobravam algumas barracas da Feira Popular ou o popular Mercado do Peixe; ou era preciso perguntar à Polícia aonde encontrar um restaurante aberto, para pedir um simples frango assado!
Tomas Vieira Mário
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