Wednesday 25 January 2012

Depois de matar e destruir na Zambêzia, ‘Funso’ ataca agora Inhambane

O ciclone tropical “Funso” continua a influenciar o estado do tempo na região central do Canal de Moçambique, estando o seu epicentro localizado a quatrocentos quilométros do distrito de Inhassoro, província de Inhambane, sul do país.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, INAME, o “Funso” deslocava-se, quando eram 18 horas desta terça-feira, para o extremo sul do Canal de Moçambique, com ventos superiores a 195 Km/Hora, devendo originar nas próximas 24 horas, de acordo com previsões, a ocorrências de aguaceiros e chuvas em regime forte, acompanhadas de ventos superiores a 75 Km/hora.
Esta situação, considerada de emergência, vai abater-se sobre os distritos de Inhassoro, Vilankulo, Inharrime, Panda, Jangamo, Homoine, Morrumbene, Massinga, e cidades de Inhambane e Maxixe.
A meteorologia da Marinha norte-americana, citada pela rede de televisão CNN, admite que a actividade deste ciclone possa intensificar-se nos próximos dias.
O INAME, em face destas previsões, recomenda a tomada de medidas de precaução e segurança, principalmente para a navegação marítima.

Morte e destruição à passagem do “Funso”

O ciclone “Funso”, que continua a influenciar o estado do tempo na região central do Canal de Moçambique, deixou um rasto de luto e destruição na província da Zambézia, nomeadamente, a morte de dez pessoas e 11 feridos na Maganja da Costa. A Rádio Moçambique em Quelimane refere que entre as vítimas mortais, seis são crianças e as restantes adultos, surpreendidas pelo desabamento das suas casas durante a noite.
Foram igualmente destruidas por aquela depressão naquela região da Zambézia, mais de duas mil e trezentas casas, afectando 11.780 pessoas. Foram também destruidas 99 salas de aulas em 36 escolas, privando de frequentar as aulas mais de 15 mil crianças.
Dois postos de saúde e 59 bancas do comércio informal foram igualmente destruidos em diferentes pontos do distrito da Maganja da Costa, segundo ainda a Rádio Moçambique em Quelimane.
Virgílio Gonzaga, Administrador da Maganja da Costa, é citado a dizer que duas pequenas pontes foram danificadas, dificultando a circulação de pessoas e bens no interior da região.

Balanço do INGC

Vinte e cinco pessoas perderam a vida nas últimas duas semanas em consequência da Tempestade “Dando” e Ciclone “Funso”, de acordo com o último balanço elaborado pelo Conselho Técnico de Gestão de Calamidades, apresentado esta terça-feira em Maputo.
De acordo com Dulce Chilundo, Directora daquela instituição, o maior número de óbitos registou-se na Zambézia com um total de 16 vítimas, seguindo-se Gaza com 9 mortos.
O balanço refere ainda que nas últimas 24 horas, cerca de quatro mil pessoas atravessaram a pé ou em pequenas embarcações o troço quebrado na Estrada Nacional Nr.1 devido as chuvas na zona ‘3 de fevereiro”, no distrito da Manhiça, sul do país, antes da reposição do trânsito, verificado na manhã de hoje (terça-feira).

Nova interrupção está eminente

Receia-se entretanto que um novo corte na EN1 pode ocorrer a qualquer momento já na Macia, província de Gaza, devido à abertura de uma enorme cratera junto dos aquedutos, devido à chuva que se abate na região.
A Administradora do Bilene, Sara Guambe, já veio a publicar reconhecer a gravidade do problema, afirmando que, mais de uma vez advertiu para essa possibilidade à Administração Nacional de Estradas (ANE).

Auxílio às vítimas e reparação dos estragos

Cerca de 2.4 milhões de meticais foram já disponibilizados para ajudar os afectados pela acção combinada das intensas chuvas causadas pelo ciclone ‘Funso’ na província da Zambêzia, bem como para a reparação dos estragos causados em infra-estruturas residenciais, escolas e unidades sanitárias.
O fundo foi disponibilizado pelo Comité Operativo de Emergência Nacional, de acordo com o Governador da Zambêzia, Itai Meque.
Meque revelou que um total de vinte e cinco mil casas foram total ou parcialmente danificadas pelas intensas chuvas dos últimos dias, deixando ao relento mais de 11.500 pessoas.
Em Gaza, sul do país, a Cruz Vermelha, distribuiu mais de seis mil unidades de cloro para a purificação da agua nas zonas afectadas pela calamidade, nomeadamente, nos distritos de Chokwè, Chibuto, Guijá e Bilene. Esta medida tem em vista prevenir a eclosão de doenças, entre elas, diarreias agudas ou cólera. No centro de acomodação de Chokwè, foram oferecidos aos afectados mais de sessenta redes mosquiteiras. Mais de cinquenta voluntários da Cruz Vermelha em Gaza, estão a apoiar os afectados pelas intempéries.
Em Nampula, norte do país, a Cruz Vermelha, diz estar apta a socorrer um mínimo de mil pessoas em caso da ocorrência de alguma desastre neste período das chuvas.
O Secretário-Gera, Xavier Francisco, é citado pela Rádio Moçambique a dizer que a organização tem à sua disposição diversos ‘kits’ de abrigo como lonas, e utensílios domésticos, entre outro material utilitário.

Rádio Moçambique

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