COM tranquilidade e alegria contidas, mas de forma contangiante, os moçambicanos receberam o novo ano com esperança renovada de que os velhos problemas transitados de 2011 sejam, com celeridade, resolvidos em 2012.
Maputo, Segunda-Feira, 2 de Janeiro de 2012:: Notícias
A expectativa é ver reduzidas as taxas de desemprego, potenciar a cadeia de valor na produção agrícola, sentir uma maior atenção do Estado para com a juventude e melhorar a habitabilidade nas zonas urbanas. Em resumo, o sonho é experimentar melhorias efectivas e generalizada nas condições de vida dos cidadãos.
O simbolismo dessa esperança, traduziu-se na já tradicional prática de famílias e amigos que se juntaram em sessões de confraternização iniciadas logo ao cair da noite de sábado, e que conheceram o apogeu pouco antes e pouco depois da meia-noite, com contagiantes trocas de abraços e beijos, acompanhados de desejos expressos de um feliz ano novo.
Foi uma festa pacífica. O centro da cidade, que habitualmente não encontra espaço para acolher tanta gente que se cruza em busca da vida, ficou desértico. Num e noutro apartamento ainda se podiam ver sinais de festa mas, o grosso das pessoas preferiu mesmo sair à rua para desfrutar do clima de tranquilidade que a cidade oferece nos últimos dias.
O calor húmido que se fez sentir, foi mais um motivo para levar famílias inteiras à rua em busca de ar fresco e de ambiente mais condizente com a festa. Muitos outros escolheram outros destinos fora da cidade, ora para se juntar a familiares e amigos que por lá residem, ora para experimentar algum destino turístico.
Nos bairros periféricos, o frenesim voltou a ser o de sempre, mas desta vez com as pessoas a movimentarem-se e a fazer de tudo um pouco com um maior à vontade, próprio de lugares onde a paz e tranquilidade são um facto.
Desta vez também reduziram os aparatos de luzes geralmente montados nos bairros para criar mais motivos de festa. Ao contrário, havia mais cidadãos a preferir ligar potentes colunas de som com longos cabos de extensão, tudo para que a música destilada das suas aparelhagens fosse ouvida o mais longe possível. Resultado disso é que em muitos bairros a mistura de sons era tão grande que chegava a ser difícil sentir o gosto da música.
Ainda assim, homens, mulheres, jovens e sobretudo crianças, deleitavam-se ao som desses ruídos, dançado animados em gestos que transmitiam as mais variadas mensagens, independentemente do tipo de música que estivesse a tocar.
O consumo do álcool também deu muito nas vistas, talvez devido à grande oferta do mercado. Na verdade, à excepção do centro da cidade onde os bares e restaurantes formais fecharam as portas no horário definido pelas autoridades, nos bairros onde se concentra maior parte da população as barracas e contentores permaneceram abertos até perto das 3 horas da manhã, vendendo desde produtos de primeira necessidade até às bebidas dos mais variados tipos. Tal como estas barracas, o comércio informal também permaneceu nos passeios e esquinas pela madrugada adentro, com tomate, cebola, alface, pão e outros produtos de fácil preparação, regra geral procurados para resolver problemas “pontuais” das famílias.
A Polícia, que andou presente em praticamente todos os lugares onde se fazia festa, desempenhou um papel de relevo na persuasão dos cidadãos para uma conduta adequada, o que acabou ajudando a manter o ambiente calmo e ordeiro como já não se via há vários anos.
O primeiro bebé de 2012 nasceu pouco depois da meia-noite no Hospital Central de Maputo. A mãe, Fernanda F. Mário, de 21 anos de idade, teve parto a cesariana que, segundo a enfermeira de serviço, nem por isso chegou a causar preocupação na equipa médica que assistiu ao parto.
De todo o país, chegam informações dando conta de um ambiente de tranquilidade na noite da passagem de ano, com nota de destaque para a grande oferta de produtos que este ano caracterizou o mercado.
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