O Banco de Moçambique vai, em face da crise financeira e económica internacional, prestar atenção especial à supervisão do sistema financeiro e intervir, sempre que houver dificuldades. Nesse contexto aquela instituição financeira vai conduzir uma supervisão baseada no risco, visando assegurar a contínua solidez e robustez que o sistema nacional ostenta.
O Banco Central, segundo o Governador desta instituição, Ernesto Gove, dispõe de um plano de contingência do sector financeiro já aprovado e que serve para garantir uma intervenção em caso de falência de uma instituição financeira, tendo em conta os diversos cenários previstos.
Por outro lado, o Banco de Moçambique, em parceria com o Ministério das Finanças, está a trabalhar na introdução de um fundo de garantia de depósitos
Gove falava na abertura do 36º Conselho Consultivo do Banco de Moçambique, quarta-feira iniciado na cidade da Matola, arredores da capital moçambicana.
“A economia mundial continua a mostrar sinais de algum abrandamento, sendo previsível a sua manutenção até ao final de 2011 e 2012, situação justificada pelos sinais pouco animadores que emergem das principais economias e que, este ano, contrariamente aos períodos anteriores, não tem sido suficientemente amortecidos pelo desempenho das economias emergentes, dada a crescente aversão dos investidores ao risco”, explicou.
Gove acrescentou que “a nossa intervenção sujeita-se também a mais um factor exógeno: os fenómenos da natureza, cujo impacto na maioria das vezes incide sobre a disponibilidade de produtos no mercado e sobre a circulação de bens e pessoas”.
Apesar do cenário de incertezas, Gove considera ser um imperativo a condução da política monetária visando contribuir para os objectivos fixados pelo Governo para este ano.
O Governo estabeleceu para o presente ano a meta de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 7,5 por cento, inflação média anual de 7,2 por cento e a manutenção de um nível de reservas internacionais brutas que cubram cerca de 4,6 meses de importações de bens e serviços não factoriais.
No seu discurso, que incidiu mais sobre questões internas do Banco de Moçambique, Gove fez o balanço do desempenho da instituição, no ano passado.
Na ocasião, disse que “os resultados macroeconómicos alcançados em 2011 foram positivos e se situaram acima das nossas expectativas iniciais, tomando em conta os riscos que enfrentamos durante o ano, próprios de uma conjuntura internacional adversa, com bastante incerteza e volatilidade dos mercados internacionais e com receios justificados de contágio da crise de dívidas soberanas que algumas economias desenvolvidas vêm enfrentando desde finais de 2010”.
O Conselho Consultivo do Banco de Moçambique visa discutir assuntos internos da instituição e será a porta fechada, mas, no último dia do encontro, na sexta-feira, será realizado um debate público sobre “importância da estabilidade macro-económica e do sector financeiro no crescimento económico”.
(RM/AIM)
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