Sunday 25 December 2011

Movimento Democrático de Moçambique - Mensagem do Presidente Daviz Simango por ocasião do Natal e do Ano Novo

Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos

Dentro de escassos dias comemora-se o Natal, Dia da Família, e também o Fim-do-Ano e a entrada no Ano Novo de 2012. Não poderíamos deixar de Vos dirigir umas palavras de apreço.
O Natal é o dia que assinala o nascimento em Belém, de Jesus Cristo. Esta data ilumina o Povo Moçambicano Cristão e reacende a esperança de Paz.
25 de Dezembro é também o Dia da Família em Moçambique. Neste dia se reúnem todos numa festa ecuménica em harmonia e fraternidade.
É um grande momento de reflexão sobre a vida da humilde Família moçambicana, que comporta no seu seio, meninos, jovens, homens e mulheres, à imagem de Jesus Cristo, filhos de Deus.
O 25 de Dezembro é uma data que une os moçambicanos que trabalham de forma abnegadapelo desenvolvimento, progresso, reconciliação, democracia e Paz.

Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos,

Enfrentámos vários momentos de sobressalto no ano prestes a terminar. Por isso apelamos para que no ano que se avizinha sejamos melhor.
Que Deus nos ilumine a servir o País com transparência e inclusão.
Fruto da desesperança que nos tem sido servida por um conjunto de seres empenhados em dividir esta nossa nobre Nação, no ano prestes a terminar vimos a nossa auto-estima e dignidade ferida pela exposição e classificação da Família Moçambicana como das mais pobres do mundo, embora haja no País condições para que a pobreza possa passar à História.
Não fora a degradação de valores a que nos têm lançado a ponto de fazerem de Moçambique um dos países mais corruptos do universo das nações, estaríamos certamente noutro patamar. Cientes, contudo, das virtudes de todo um Povo que não podem ser confundidas com o comportamento de um punhado de traidores, renovemos nesta quadra festiva 2011/2012 a nossa esperança de um Moçambique melhor para todos.
O nosso partido pugna por um MOÇAMBIQUE PARA TODOS, independentemente do credo dos cidadãos, raça, tribo e condição social.
Entendemos por isso urgente que a humilhante condição a que Família moçambicana foi e está sujeita, seja corrigida.
O centralismo que não permite que imensas iniciativas possam ser concretizadas;
o tráfico de influências; a anarquia reinante promovida no Aparelho do Estado pelo partido que tem estado no poder, são hábitos que já se provou que levam a que Moçambique acabe classificado da pior forma nos vários “rankings” mundiais de avaliação.
Moçambique não pode continuar refém do partido que estando no poder desde a Independência Nacional transformou o País no “saco azul” de uns quantos seus dirigentes que se recusam a respeitar o mérito da alternância e não respeitam o direito inalienável de todos poderem contribuir para o Progresso do país.
É urgente que se corrijam as políticas que levaram a esmagadora maioria dos cidadãos moçambicanos à humilhante pobreza que se observa na realidade e vai muito para além da mentira que tem sido construída através de estatísticas falsas, produzidas pelos próprios que vêm enriquecendo sem mérito.
O nosso Aparelho do Estado foi transformado num aparelho de extorsão em vez de ser o que preconiza a nossa Constituição da República.
Os cidadãos são massacrados diariamente por esse mesmo Aparelho de Estado onde quem lá trabalha é mal pago e obrigado a adoptar práticas moralmente condenáveis para sobreviver enquanto os seus superiores hierárquicos se banqueteiam com regalias que melhor distribuídas permitiriam que se devolvesse dignidade aos funcionários públicos e passasse a haver respeito pelos cidadãos.
A elite do partido que tem estado no poder condenou os cidadãos à miséria e à indigência crescente e só um movimento decidido poderá permitir mudar Moçambique e devolver ao País a sua característica histórica de país de gentes de bons costumes.
As constantes violações dos Direitos Humanos a vários níveis, a arrogância, a repressão contra os que tentam arrancar o País do sufoco faz com que a Paz esteja ameaçada pelo que temos de fazer tudo para evitar que se imagine que não há outra alternativa que não seja violenta e brutal.
Precisamos de viver o presente, hoje, agora, com dignidade.
As nossas riquezas não podem continuar a servir apenas para enriquecerem um punhado enquanto a esmagadora maioria dos cidadãos vive sem as condições essenciais.
Não se combate a pobreza com discursos.
O partido ainda no poder esgotou a sua missão. Já não se renova, por isso TODOS OS MOÇAMBICANOS têm a tarefa e a missão nobre de contribuir para libertar Moçambique.
Quem tem estado a dirigir Moçambique não tem tempo para se dedicar a resolver os problemas reais do País. Transformados numa oligarquia que se espanta com os indicadores e as percepções de instituições credíveis sobre a pobreza e corrupção, a elite no poder transformou-se numa oligarquia preocupada em multiplicar a sua riqueza individual sem a menor preocupação de organizar o País para que a pobreza chocante que nos rodeia seja reduzida até desaparecer.
A oligarquia míope que passa os dias a chamar aos moçambicanos “maravilhoso Povo” tem de deixar de nos ameaçar. Temos de por termo à hipocrisia e ao cinismo.
O POVO não pode continuar a permitir que em Moçambique exista um governo que antes de se preocupar com segurança alimentar se preocupa em comprar armas e a gastar fortunas em repressão para assegurar o luxo em que vive.
O POVO não pode continuar a permitir que os agentes do Estado que querem contribuir para que o nosso País se torne um País digno, sejam barbaramente assassinados e não se encontrem os verdadeiros autores e respectivos mandantes dos crimes.
As reprovações nas escolas, sem procedentes, são fruto de um ensino deficiente em que mais do que ensinar a preocupação tem estado virada para construir escolas sem condições pedagógicas e sem professores suficientes e devidamente habilitados.
A Educação não pode continuar a ser a farsa que tem sido.
Entretanto, os que acabam de se formar não podem continuar em casa desempregados porque o governo antes de criar emprego preocupa-se em gastar o dinheiro a rodear a “elite” de meios supérfluos e de ostentação.
As fragilidades das nossas fronteiras, a crescente e descarada partidarização das instituições públicas, têm de acabar.
Os funcionários públicos têm de passar a ser pagos para que possam levar uma vida condigna e livre da corrupção.
O governo tem de deixar-se de fingir que paga aos funcionários públicos.
Os funcionários públicos devem ter salários mais dignos e menos benesses.
As benesses são apenas uma forma do governo subornar os funcionários. As benesses são um exercício de corrupção. Os próprios funcionários devem ver o valor das benesses incorporado nos seus salários para que os valores sejam considerados nas suas pensões de reforma.
Temos também de rever a política de emprego e habitação dos jovens. Os jovens não podem continuar a estudar para ficarem desempregados.
Os anos passam e não se vislumbram soluções para os problemas dos cidadãos que se acumulam de ano para ano. E tudo isto tem de mudar. É preciso fazer mudar mesmo sem nos deixarmos enganar por slogans de quem tem por objectivo adormecer todo um Povo.

Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros cidadãos,

A oligarquia no Poder representa uma ameaça concreta ao desenvolvimento sustentável, ao futuro dos nossos filhos e das próximas gerações. Por isso se impõe a TODOS OS MOÇAMBICANOS uma luta sem tréguas para a mudança, para a reestruturação do Aparelho do Estado, contando com os jovens de níveis básico, médio e universitário, que hoje vemos deambulando pelas ruas pelo simples facto de não alinharem com esta nova burguesia opressora do POVO.
Burguesia que se preze não se comporta como a que protegida pelo partido ainda no Poder continua a esgotar os recursos do Estado em acções que em nada ajudam o País a desenvolver-se.
A nossa luta continuará a ser assente nos valores da legalidade e justiça social, pelo progresso democrático.
Alertamos a TODOS MOÇAMBICANOS para que continuem atentos às manobras do partido Frelimo tendentes à mudança da Constituição da República.
Querem fazer crer que é o Povo que quer mudanças na Constituição, mas isso é falso. O Povo quer pão. O Povo quer emprego. O povo quer igualdade. O Povo não quer continuar a assistir ao uso e abuso dos bens do Estado por uma minoria sem escrúpulos.
O MDM – MOVIMENTO DEMOCRÁTICO DE MOÇAMBIQUE é um partido cuja visão assenta na recuperação dos valores societários e humanos, na recuperação do tecido social afectado pelo monopartidarismo e pela bipartidarização de MOÇAMBIQUE.
O MDM é um partido comprometido com colocar a Economia ao serviço dos moçambicanos e não de uma minoria apenas.
Um pequeno punhado de pessoas converteu-se numa “elite” depravada e sem o mínimo respeito pela esmagadora maioria do Povo Moçambicano e é preciso que o Povo se organize para pôr termo aos abusos persistentes a que estamos a assistir.
A dota “elite” que usa o governo como um escudo para as suas aspirações pessoais, sufoca a liberdade, asfixia a economia e impede que no país se adoptem políticas para que o bem comum sirva a todos os MOÇAMBICANOS com justiça.

Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos,

Enquanto certas autoridades viajam de helicóptero gastando quantias enormes de dinheiro, as estradas do País continuam intransitáveis ou em muito mau estado.
As Estradas Nacionais entre Niassa e Nampula; Cabo-Delgado e Niassa; Inchope- Beira; Dondo-Inhaminga-Inhamitanga-Marromeu; Mocuba-Nampula; Gurúè-Cuamba; Maputo-Ponta de Outo, Pemba-Bilibiza, Maxixe-Homoine, entre muitas outras, são estradas que consideramos vitais para que se alavanque a economia permitindo-se que o país se desenvolva por iniciativa dos cidadãos e não tenha de ficar à espera das esmolas dos governantes do dia.
É impossível reivindicarmos ganhos económicos com o lastimável estado das nossas vias de comunicação.
É impossível reivindicarmos ganhos económicos perante a fraca qualidade de energia eléctrica que abastece as cidades moçambicanas, a falta de gás doméstico, a deficiente funcionalidade das comunicações.
O país precisa de ter a certeza que a energia eléctrica chega a todos, todos os dias, sem oscilações de tensão.
O país precisa de comunicações fiáveis.
O país precisa de boas estradas antes de mansões e carrões para os dirigentes e para a “elite” que vive pendurada no Poder e nas hierarquias das instituições públicas e empresas públicas.
É preciso pôr-se termo à delapidação das florestas nacionais e à consequente exportação de madeira em toro, que para além de contrariar a legislação em vigor no país não trás qualquer benefício ao Estado.
As nossas crianças e jovens continuam a estudar sentados no chão enquanto a nossa madeira é exportada sem que se crie um único posto de trabalho industrial.
Depois ainda temos de importar cadeiras produzidas no estrangeiro às tantas com a nossa própria madeira. Só um governo sem respeito pelos seus concidadãos pode continuar a permitir que isto aconteça. Por isso devemos todos preparar-nos para mudar Moçambique.


Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos,


O modelo político e económico definido pelo partido ainda no poder é a causa da pobreza e do atraso de Moçambique.
Queremos reiterar a nossa convicção de que MOÇAMBIQUE PARA TODOS significa a devolução efectiva da gestão aos cidadãos que vivem nas cidades e vilas de todo o país.
Não se pode admitir que se continue a insistir em manter as cidades e vilas apenas sob aparente autonomia.
É preciso que às autarquias seja permitido o que está preconizado na lei. É intolerável que a nível central se manipule o sistema administrativo do País para impedir a descentralização efectiva.
A riqueza produzida localmente deve beneficiar em primeira instância quem a produz sem obviamente se prejudicar o País no seu todo.
Deve-se evitar manter o sistema que está instalado em que a grande fatia dos rendimentos vai para quem pouco ou nada faz e aos que efectivamente produzem se redistribuem as migalhas.
O País não pode ser de uma maioria de escravos a servir uma “elite” predadora e sem princípios morais e cívicos à altura das exigências de Moçambique.
O Estado presentemente favorece um punhado de cidadãos que se servem do Estado para manipularem o sistema em seu benefício próprio.
O Estado não pode continuar a servir interesses de alguns pois isso é negar-se a própria essência do Estado.
A modernização do País tem de ser feita por igual e não pode continuar a beneficiar sempre os mesmos. Não pode um País todo continuar a servir uma “elite” instalada na sua capital rodeada inclusivamente por uma periferia empobrecida e esquecida.
Somos um País de mais de vinte milhões de cidadãos à espera que Moçambique seja para todos.
A estratégia actual do governo já provou ser centralizadora e concentradora.
O fomento pecuário, o fomento do emprego, do abastecimento de água, a criação de postos de saúde, a formação de qualidade, exige-se que tenha em conta o cidadão e não os interesses de algumas famílias que se julgam donas de Moçambique. >


Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos,


O desafio é a preparação dos pleitos eleitorais que se avizinham para se alterar o quadro actual.
As recentes eleições autárquicas em Quelimane provaram que o MDM sendo ainda um partido recem constituído está capaz de merecer a confiança dos jovens, adultos e velhos, e vencer. Diziam que nada andávamos a fazer mas provámos também em Cuamba e Pemba que não precisamos de fazer espalhafato para nos fazermos notar. Na hora da verdade existimos e conseguimos provar que os nossos objectivos podem ser atingidos se o Povo estiver do lado certo da luta que é necessário que todos se convençam que temos ainda de travar para
acabar com os abusos de uma “elite” depravada que se instalou a comer-nos a carne e se prepara para nos comer os ossos, se nada fizermos.
De onze capitais provinciais presidimos agora a duas, sendo uma a capital da província de Sofala – a segunda cidade mais importante do País – e a outra a capital da Zambézia – província com grande potencial apesar de empobrecida por sucessivos governos sem inspiração para promover o seu desenvolvimento.


Moçambicanas e Moçambicanos,
Caros concidadãos,


Façamos de 2012 um ano de consolidação das vitórias e de preparação das eleições autárquicas de 2013 e presidenciais e legislativas de 2014.
O País não pode continuar refém daqueles que perderam a perspectiva do que Moçambique necessita para se desenvolver.
O MDM tem a convicção, e por isso se está a afirmar, de que só num quadro de MOÇAMBIQUE PARA TODOS poderemos ressurgir no mundo global como um Estado prestigiado e deixarmos definitivamente de sermos um Estado de pedintes.
Os Moçambicanos não podem resignar-se perante quem se estruturou para lhe negar a liberdade. Quelimane já está libertada. É preciso que todos saibam seguir o exemplo das suas gentes.
Por isso Vos peço que se juntem todos para que possamos vencer a fome, a miséria e a ignorância, invertermos a marcha para o abismo e voltarmos a elevar o bom nome de Moçambique.
Permitam-me, a terminar, que em meu nome pessoal e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) deseje a todos, Moçambicanos e expatriados, bem como aos representantes da Comunidade Internacional, diplomatas, suas excelentíssimas Famílias e dirigentes de todos os Estados Amigos, um Natal Feliz, um Dia da Família alegre, e um Ano Novo cheio de Paz, Amor, Saúde, Amizade e Repleto de Esperança e prosperidade.
Que Deus abençoe a Família Moçambicana e nos ilumine nas tarefas que ainda temos pela frente para elevarmos esta grande Nação ao patamar que desejamos.
Bem haja Moçambique e todos os seus.
TRANSFORMEMOS MOÇAMBIQUE NUM MOÇAMBIQUE
PARA TODOS



Daviz Mbepo Simango, Eng° Civil
(Presidente do MDM – Movimento Democrático de Moçambique)

Publicidade no Canal de Moçambique, citado no Moçambique para todos

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