Na véspera do Natal, em Ressano Garcia
* Turistas chegaram a permanecer 20 horas na fronteira
A fronteira de Ressano Garcia, a principal entre Moçambique e África do Sul, registou sábado um movimento jamais visto na sua história, com uma fila de viaturas que chegou a ultrapassar 16 quilómetros, somando as duas faixas, sendo que a maioria pretendia entrar em território moçambicano. A fila, de duas faixas de viaturas, começava da fronteira entre os dois países até Komatiport, onde está montada a equipa conjunta envolvendo autoridades moçambicanas e sul-africanas, um percurso de oito quilómetros, o que contabilizado numa única totalizava 16 km.
De Komatiport em direcção a Malelane, havia outra fila de viaturas à espera de dar entrada em Komatiport para os habituais procedimentos migratórios, que não era menor de quatro quilómetros.
O nervosismo era visível tanto entre os turistas que queriam chegar aos seus destinos em menos tempo como entre os oficiais de Migração e Alfândegas que atendiam os viajantes.
Nem as habituais escoltas de viaturas conseguiram evitar as demoras. Um automobilista com quem conversamos disse que havia chegado às três horas da madrugada, mas que apenas depois das 17 horas é que tinha conseguido entrar em solo moçambicano.
Devido à demora no atendimento das viaturas, muitas pessoas que se faziam transportar em semi-colectivos preferiam descer e percorrer vários quilómetros a pé até ao posto fronteiriço, apesar da chuva que caiu no sábado. Chegados do lado moçambicano da fronteira, apanhavam outro “chapa” e seguiam viagem com relativa facilidade.
Só para ilustrar a dimensão do caos, a comitiva que integrava o director-geral das Alfândegas de Moçambique, Domingos Tivane, e jornalistas, mesmo estando acompanhada de batedores com sirenes, levou cerca de uma hora a percorrer o troço de poucos quilómetros entre Komatiport e o posto fronteiriço moçambicano.
Habitualmente, o pico de entrada de pessoas que pretendem passar as festas de Natal e Ano Novo em Moçambique regista-se nos dias 22 e 23 de Dezembro, altura em que são assistidas cerca de cinco mil viaturas.
Este ano, até ao dia 23 havia sido ultrapassada a fasquia das cinco mil viaturas, número que seria superado pelo registado a 24.
A interpretação das autoridades moçambicanas é que tal deve-se ao facto de na África do Sul as empresas e instituições terem trabalhado até sexta-feira, daí a avalanche de sábado.
Com efeitos, segundo o director-geral das Alfandegas de Moçambique, Domingos Tivane, de 1 a 23 de Dezembro haviam entrado ao país 277.883 pessoas e 80.018 viaturas. Só no dia 23 entraram pela fronteira de Ressano Garcia mais de cinco mil viaturas.
“Devo confessar que desde a última noite (sexta-feira) até hoje (sábado) o movimento cresceu muito. As filas estão cada vez mais longas e isso obriga-nos a ter que redobrar os nossos esforços. Estamos mais preocupados porque no Km. 8, do lado sul-africano, a fila está quase a chegar a Malelane”, disse Tivane.
Em anos anteriores, devido à avalanche de viajantes na quadra festiva, as estruturas dos dois países chegaram a permitir a entrada de pessoas e viaturas sem necessidade de carimbar o passaporte. Num ano, até a portagem da Moamba, a mais cara do país, viu-se obrigada a abrir as suas cancelas e deixar passar as milhares de viaturas vindas da vizinha África do Sul.
MOVIMENTO DE 2 DE JANEIRO
Se até ao momento o movimento de pessoas e viaturas é essencialmente da África do Sul para Moçambique, a partir de 2 de Janeiro será no sentido oposto. As longas filas estarão do lado moçambicano.
As entidades da Migração sabem que só a empresa Vall Maseru informou que passaria de Ressano Garcia com mais de 70 autocarros no dia 2 de Janeiro, levando mineiros moçambicanos de volta aos seus postos de trabalho.
Por isso, tal como deixou claro Domingos Tivane, tudo está a ser feito de modo a contrariar o que aconteceu do lado da “terra do rand” nesta quadra festiva.
Lembrou que Moçambique opera sob um Comando Único (CU), que envolve a Polícia da República de Moçambique (PRM), Guarda Fronteira, Alfândegas, Serviços de Migração, SISE e outras forças, com vista a tornar as operações mais eficientes e simplificadas.
Diário de Moçambique
* Turistas chegaram a permanecer 20 horas na fronteira
A fronteira de Ressano Garcia, a principal entre Moçambique e África do Sul, registou sábado um movimento jamais visto na sua história, com uma fila de viaturas que chegou a ultrapassar 16 quilómetros, somando as duas faixas, sendo que a maioria pretendia entrar em território moçambicano. A fila, de duas faixas de viaturas, começava da fronteira entre os dois países até Komatiport, onde está montada a equipa conjunta envolvendo autoridades moçambicanas e sul-africanas, um percurso de oito quilómetros, o que contabilizado numa única totalizava 16 km.
De Komatiport em direcção a Malelane, havia outra fila de viaturas à espera de dar entrada em Komatiport para os habituais procedimentos migratórios, que não era menor de quatro quilómetros.
O nervosismo era visível tanto entre os turistas que queriam chegar aos seus destinos em menos tempo como entre os oficiais de Migração e Alfândegas que atendiam os viajantes.
Nem as habituais escoltas de viaturas conseguiram evitar as demoras. Um automobilista com quem conversamos disse que havia chegado às três horas da madrugada, mas que apenas depois das 17 horas é que tinha conseguido entrar em solo moçambicano.
Devido à demora no atendimento das viaturas, muitas pessoas que se faziam transportar em semi-colectivos preferiam descer e percorrer vários quilómetros a pé até ao posto fronteiriço, apesar da chuva que caiu no sábado. Chegados do lado moçambicano da fronteira, apanhavam outro “chapa” e seguiam viagem com relativa facilidade.
Só para ilustrar a dimensão do caos, a comitiva que integrava o director-geral das Alfândegas de Moçambique, Domingos Tivane, e jornalistas, mesmo estando acompanhada de batedores com sirenes, levou cerca de uma hora a percorrer o troço de poucos quilómetros entre Komatiport e o posto fronteiriço moçambicano.
Habitualmente, o pico de entrada de pessoas que pretendem passar as festas de Natal e Ano Novo em Moçambique regista-se nos dias 22 e 23 de Dezembro, altura em que são assistidas cerca de cinco mil viaturas.
Este ano, até ao dia 23 havia sido ultrapassada a fasquia das cinco mil viaturas, número que seria superado pelo registado a 24.
A interpretação das autoridades moçambicanas é que tal deve-se ao facto de na África do Sul as empresas e instituições terem trabalhado até sexta-feira, daí a avalanche de sábado.
Com efeitos, segundo o director-geral das Alfandegas de Moçambique, Domingos Tivane, de 1 a 23 de Dezembro haviam entrado ao país 277.883 pessoas e 80.018 viaturas. Só no dia 23 entraram pela fronteira de Ressano Garcia mais de cinco mil viaturas.
“Devo confessar que desde a última noite (sexta-feira) até hoje (sábado) o movimento cresceu muito. As filas estão cada vez mais longas e isso obriga-nos a ter que redobrar os nossos esforços. Estamos mais preocupados porque no Km. 8, do lado sul-africano, a fila está quase a chegar a Malelane”, disse Tivane.
Em anos anteriores, devido à avalanche de viajantes na quadra festiva, as estruturas dos dois países chegaram a permitir a entrada de pessoas e viaturas sem necessidade de carimbar o passaporte. Num ano, até a portagem da Moamba, a mais cara do país, viu-se obrigada a abrir as suas cancelas e deixar passar as milhares de viaturas vindas da vizinha África do Sul.
MOVIMENTO DE 2 DE JANEIRO
Se até ao momento o movimento de pessoas e viaturas é essencialmente da África do Sul para Moçambique, a partir de 2 de Janeiro será no sentido oposto. As longas filas estarão do lado moçambicano.
As entidades da Migração sabem que só a empresa Vall Maseru informou que passaria de Ressano Garcia com mais de 70 autocarros no dia 2 de Janeiro, levando mineiros moçambicanos de volta aos seus postos de trabalho.
Por isso, tal como deixou claro Domingos Tivane, tudo está a ser feito de modo a contrariar o que aconteceu do lado da “terra do rand” nesta quadra festiva.
Lembrou que Moçambique opera sob um Comando Único (CU), que envolve a Polícia da República de Moçambique (PRM), Guarda Fronteira, Alfândegas, Serviços de Migração, SISE e outras forças, com vista a tornar as operações mais eficientes e simplificadas.
Diário de Moçambique
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