Thursday, 1 December 2011

CLAMOR DA DEMOCRACIA NÃO GARANTE ESTABILIDADE POLÍTICA E SOCIAL - MARP

MAPUTO, 30 NOV (AIM) – O clamor da democracia em Moçambique só por si não garante a estabilidade social e política, pelo contrário, a estabilidade deve assentar na redistribuição social e no combate cerrado contra a corrupção.
Esta constatação vem inserida no relatório do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP - 2010), que aconselha Moçambique a seguir este sistema por considera-lo estável para a mobilização de recursos financeiros internacionais e a investir um maior capital no desenvolvimento de recursos humanos.
A estabilidade política é um bem importante que Moçambique não pode se dar ao luxo de desperdiçar, destaca o MARP, acrescentando que as evidências apontam para o facto de que a estabilidade política e o crescimento económico sustentável estão associados e se reforçam mutuamente com aplicação de políticas adequadas.
O relatório avança que a estabilidade política desempenha papel primordial para a determinação da estabilidade económica e o progresso de um país, por isso, uma nação com um regime político estável e uma liderança visionária conduz a um patamar de crescimento elevado.
“A questão que agora se coloca é consolidar as conquistas que Moçambique obteve a custa de muito sacrifício explorando as oportunidades existentes que incluem recursos naturais abundantes e um extenso litoral e avançar na criação de sinergias entre a sua política dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e a sua estratégia de crescimento e combate a pobreza”, destaca o MARP.
O MARP refere que em Moçambique existe um Governo responsável que goza de uma base de apoio significativa no plano interno que está a realizar acções de capacitação institucional para além de se registar um forte empenho no que respeita a resolução democrática dos conflitos por parte dos principais actores sociais.
Contudo, a criação de consensos em relação ao interesse comum de garantir o desenvolvimento sustentável do país exigirá esforços concertados e um mecanismo de diálogo efectivo e o empenho de todos.
O documento avança que o aumento das exportações, as transferências do estrangeiro, as receitas provenientes do turismo, a ajuda internacional e o investimento directo estrangeiro têm uma estreita ligação com a estabilidade dos regimes políticos.
“A mobilização de recursos financeiros internacionais só pode ser conseguida por um Governo estável”, insiste o MARP, alertando que só com um Governo estável é que Moçambique poderá investir capital no desenvolvimento dos recursos humanos com base num financiamento da ajuda internacional para alcançar um crescimento económico maior.
Embora a estabilidade económica, sob forma de desenvolvimento sustentável, seja o principal objectivo que o país pretende alcançar, é de notar-se que podem surgir problemas de crescimento económico robusto, em relação aos quais não se pode desejar que desapareçam apenas com um bom crescimento de Produto Interno Bruto (PIB).
O desafio para Moçambique é como traduzir tal crescimento e estabilidade económica de que o país goza, neste momento, refere o documento, vincando que a coesão social é um investimento a longo prazo conducente a geração de riqueza e a uma estabilidade económica adicional.
O documento conclui destacando que a estabilidade económica também depende, em grande medida, da estabilidade e coesão social factos que exigem a existência de pessoas responsáveis pela formulação de políticas.

(AIM)

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