A Frelimo, apesar de ter vencido as eleições em dois municípios (Pemba e Cuamba), foi o grande derrotado das intercalares desta semana, ao deixar Quelimane cair nas mãos do jovem “Movimento Democrático de Moçambique”. O que me impressionou foi o envolvimento da juventude nas eleições de Quelimane. Até às 04h00, já havia jovens acampados à volta das mesas de voto. Este comportamento da juventude constitui um requerimento do pedido de mudança do discurso político de que os “jovens são o futuro de Moçambique” para “jovens são o presente de Moçambique”.
Nestas eleições, a Frelimo terá sido penalizada pelos seus próprios erros. Ora vejamos: mobilizou figuras que levam uma vida de ostentação e viaturas de luxo para desfilar e pedir votos a uma população castigada pela miséria, que até tem dificuldade de acesso à água potável, num município em que pouco fez em cerca de 13 anos; as figuras que mobilizou acabaram comportando-se como os principais candidatos do que o próprio candidato, que ficou eclipsado, ou seja, andou escondido; sobrevalorizou a imagem do candidato do MDM, Manuel de Araujo, ao destacar figuras de topo para enfrentar um jovem que, até na altura, tinha pouco peso, além de que fazia campanha sozinho contra os pesos-pesados da Frelimo. Por outro lado, não teve em conta as questões tribais de Quelimane, devidamente, exploradas pelo MDM. Também terá pesado o facto de ter obrigado Pio Matos a demitir-se em nome de problemas de saúde mental, para, volta e meia, aparecer como rosto de apoio à campanha de Aboobacar, sem apresentar sintomas de problemas de saúde.
Mais: a Frelimo levou a cabo uma campanha de ataques pessoais à figura do candidato do MDM, à semelhança do que tem sido as campanhas da Renamo.
Pareceu-me que a Frelimo não tinha definido o objecto da sua campanha para Quelimane.
Lázaro Mabunda, O País
Nestas eleições, a Frelimo terá sido penalizada pelos seus próprios erros. Ora vejamos: mobilizou figuras que levam uma vida de ostentação e viaturas de luxo para desfilar e pedir votos a uma população castigada pela miséria, que até tem dificuldade de acesso à água potável, num município em que pouco fez em cerca de 13 anos; as figuras que mobilizou acabaram comportando-se como os principais candidatos do que o próprio candidato, que ficou eclipsado, ou seja, andou escondido; sobrevalorizou a imagem do candidato do MDM, Manuel de Araujo, ao destacar figuras de topo para enfrentar um jovem que, até na altura, tinha pouco peso, além de que fazia campanha sozinho contra os pesos-pesados da Frelimo. Por outro lado, não teve em conta as questões tribais de Quelimane, devidamente, exploradas pelo MDM. Também terá pesado o facto de ter obrigado Pio Matos a demitir-se em nome de problemas de saúde mental, para, volta e meia, aparecer como rosto de apoio à campanha de Aboobacar, sem apresentar sintomas de problemas de saúde.
Mais: a Frelimo levou a cabo uma campanha de ataques pessoais à figura do candidato do MDM, à semelhança do que tem sido as campanhas da Renamo.
Pareceu-me que a Frelimo não tinha definido o objecto da sua campanha para Quelimane.
Lázaro Mabunda, O País
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