Thursday 24 November 2011

Refúgio” nos camarada (concl.)


DE nada serve termos esses “refúgios”, que parecendo que não, contribuem igualmente para a prevalência da corrupção, particularmente nas instituições do Estado, atitudes arrogantes, tribalistas e regionalistas, fomentam a incompetência, irresponsabilidade, incapacidade e a má prestação de serviços em várias instituições de reconhecida utilidade pública neste país.

Maputo, Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2011:: Notícias


Já vai sendo tempo de não se admitir que alguém roube, maltrate trabalhadores nas empresas, cause acidente de viação, não respeite as leis do nosso país confiando nesses “refúgios”. Só teremos bons investimentos no nosso país, quando os investidores, quer nacionais, quer estrangeiros, cumprirem ou respeitarem devidamente as normas vigentes em Moçambique.
Não deixa de ser uma atitude reprovável, que por exemplo, um empreiteiro é adjudicado uma obra de construção de uma escola ou hospital do Estado, não conclui e ao invés de dar uma justificação plausível ou aceitável, depois de ter “consumido” os fundos do erário público, “refugia- se” nos camaradas. Será que é assim que se combate ou combateremos a pobreza com determinação?
Na minha modesta percepção, é igualmente inadmissível que alguém consuma, de forma abusiva, bebidas alcoólicas num bar ou barraca, e depois de tanto insultar pessoas sem motivo, diga viva este ou aquele partido que lhe garante o “tacho” que nunca vai “deixar”, apesar das atitudes incorrectas que assume, porque tem lá camaradas que lhe “protegem”.
Precisamos de ideias honestas e frontais vindas de camaradas de coragem, capazes de resistir esses “refúgios” que também acabam interferindo negativamente na resolução de problemas que nos afectam. Ideias que permitam que os membros do nosso Governo estejam unidos às decisões sérias e pelo mesmo objectivo central, que é, como está dito, o desenvolvimento da nossa pátria.
Acima de tudo, é fundamental estarmos mais unidos possível e determinados, do Rovuma ao Maputo e de Zumbo ao Índico, como moçambicanos, mesmo com todas nossas reconhecidas diferenças político-partidárias, sociais, económicas, culturais e outras, no combate a males que nos criam obstáculos para a concretização dos objectivos do desenvolvimento.
Deste modo, já não repugnará dizer ou concluir que, enquanto continuarmos com essa raiz de concepção na resolução dos nossos problemas, como de corrupção, má prestação de serviços nas instituições públicas, consumo abusivo do álcool neste sector, apesar da introdução das reformas, talvez não se possa dar mais passos em frente.

Mouzinho de Albuquerque

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