Pontão afundado na ponte-cais da Ka tembe e falta de manutenção dos “ferrys”
Há mais de um ano que a Somonav vem alertando para o risco de afundamento do pontão da ponte-cais de Ka tembe.
Afinal, não foi por falta de alertas que o pontão da ponte-cais da Ka Tembe se desintegrou e afundou, último domingo. Nem foi por falta de avisos que os ferry-boats têm estado a registar constantes avarias, última das quais ontem, quando o “Bagamoyo” embateu num ramal de embarcações antigas, provocando uma perfuração no mesmo. Mas vamos por partes.
A Sociedade Moçambicana de Construção, Reabilitação e Reparação de Navios (Somonav) tem estado a alertar, desde ano passado, a direcção do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) que a qualquer momento o pontão da Ka Tembe poderia afundar por falta de manutenções de rotina. Igual cenário, e em cartas dirigidas à Transmarítima, alerta para a necessidade de manutenções regulares da embarcação. Estes alertas, pelos vistos, caíram em “saco roto”, ou seja, foram ambos ignorados, e, um ano depois, vieram os “frutos”!
No que se refere à ponte móvel da Ka tembe, a Somonav enviou uma carta, a 5 de Novembro do ano passado, à INAMAR na qual “alertou as autoridades responsáveis para o facto do perigo iminente que constitui a ponte móvel da Ka tembe, por se encontrar desalinhada e desguarnecida de correntes âncoras”. A Somonav terá apresentado um conjunto de propostas para reverter a situação, mas Mário Guilherme terá apresentado uma contra-proposta no sentido de se recorrer a “cabos de aço e poitas”, facto recusado pela Somonav, por qualificar este acto de “aventura” e por não perceber “como é que estas correntes podem ser substituídas por cabos de aço”. por isso, a Somonav “não pode correr riscos maiores... sujeitando-se a ver o seu nome associado e responsabilizado por graves acidentes que a todo momento possam ocorrer”, pode ler-se na carta em nossa posse.
O estado miserável dos “ferrys”
Mas há mais: no que tange ao estado de manutenção dos “ferrys”, a Somonav enviou um ofício, datado de 18 de Agosto de 2010, à Transmarítima, entidade que gere os ferry-boats “Bagamoyo” e “Nyelete”, no qual alertava para os riscos de falta de manutenção dos mesmos.
Num dos parágrafos da carta pode ler-se: “Temos conhecimento de que as mudanças de óleo e filtros nos motores propulsores, geradores e linhas de veio dos ferrys... não estão a ser realizadas com o critério e a responsabilidade que deveriam ser exigidos”. A Somonav diz que, em tempos, vinha efectuando, a título excepcional, a mudança de óleo, uma vez que a “situação era insustentável” e constatou que o “estado do óleo substituído era miserável, sem qualquer viscosidade, e parecia água suja”.
Ercílio Zacarias, O País
Há mais de um ano que a Somonav vem alertando para o risco de afundamento do pontão da ponte-cais de Ka tembe.
Afinal, não foi por falta de alertas que o pontão da ponte-cais da Ka Tembe se desintegrou e afundou, último domingo. Nem foi por falta de avisos que os ferry-boats têm estado a registar constantes avarias, última das quais ontem, quando o “Bagamoyo” embateu num ramal de embarcações antigas, provocando uma perfuração no mesmo. Mas vamos por partes.
A Sociedade Moçambicana de Construção, Reabilitação e Reparação de Navios (Somonav) tem estado a alertar, desde ano passado, a direcção do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) que a qualquer momento o pontão da Ka Tembe poderia afundar por falta de manutenções de rotina. Igual cenário, e em cartas dirigidas à Transmarítima, alerta para a necessidade de manutenções regulares da embarcação. Estes alertas, pelos vistos, caíram em “saco roto”, ou seja, foram ambos ignorados, e, um ano depois, vieram os “frutos”!
No que se refere à ponte móvel da Ka tembe, a Somonav enviou uma carta, a 5 de Novembro do ano passado, à INAMAR na qual “alertou as autoridades responsáveis para o facto do perigo iminente que constitui a ponte móvel da Ka tembe, por se encontrar desalinhada e desguarnecida de correntes âncoras”. A Somonav terá apresentado um conjunto de propostas para reverter a situação, mas Mário Guilherme terá apresentado uma contra-proposta no sentido de se recorrer a “cabos de aço e poitas”, facto recusado pela Somonav, por qualificar este acto de “aventura” e por não perceber “como é que estas correntes podem ser substituídas por cabos de aço”. por isso, a Somonav “não pode correr riscos maiores... sujeitando-se a ver o seu nome associado e responsabilizado por graves acidentes que a todo momento possam ocorrer”, pode ler-se na carta em nossa posse.
O estado miserável dos “ferrys”
Mas há mais: no que tange ao estado de manutenção dos “ferrys”, a Somonav enviou um ofício, datado de 18 de Agosto de 2010, à Transmarítima, entidade que gere os ferry-boats “Bagamoyo” e “Nyelete”, no qual alertava para os riscos de falta de manutenção dos mesmos.
Num dos parágrafos da carta pode ler-se: “Temos conhecimento de que as mudanças de óleo e filtros nos motores propulsores, geradores e linhas de veio dos ferrys... não estão a ser realizadas com o critério e a responsabilidade que deveriam ser exigidos”. A Somonav diz que, em tempos, vinha efectuando, a título excepcional, a mudança de óleo, uma vez que a “situação era insustentável” e constatou que o “estado do óleo substituído era miserável, sem qualquer viscosidade, e parecia água suja”.
Ercílio Zacarias, O País
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