Nelson Mandela, o histórico líder sul-africano, foi inesperadamente o grande ausente desta festa em consequência da morte de uma das suas bisnetas, vítima de um trágico acidente de aviação, em que se viu envolvida quando na noite de quinta-feira regressava do Soweto depois de assistir a um concerto alusivo a este evento.
Fora este fatídico acontecimento para a família Mandela, sobre esta realização na terra do rand confirmou-se o que já se vaticinava: a África do Sul que já era apelidada de país do arco-íris mostrou ontem na cerimónia de abertura o que vale. Durante cerca de 45 minutos, o relvado do Soccer City, em Joanesburgo, foi palco de várias manifestações de dança, cor, som e alegria. Se, de início, eram as já habituais vuvuzelas que dominavam o ambiente, aos poucos o mesmo foi ficando mais e mais colorido, segundo escreve o correspondente do jornal desportivo “Maisfutebol.”
O chamamento ao povo africano, dado numa das línguas típicas da África do Sul (fala-se em 11 idiomas no país vizinho), foi o mote para o que se seguiu. Um desfile de cantores e uma sucessão de coreografias bem ensaiadas que animaram todos os presentes no Soccer City, que esteve longe de estar esgotado. À cabeça, esteve o norte-americano R. Kelly que encerrou as prestações musicais, já depois de músicos da Argélia, Gana e Nigéria terem actuado num momento em que a coreografia exibia os nomes dos países das seis selecções africanas presente no evento.
Afinal, é a primeira vez que o campeonato do mundo decorre em África e nunca tantos países deste continente tinham estado representados. África foi, por isso, o tema central da cerimónia, aspecto reforçado quando se desenhou um mapa mundial gigante, com o centro no nosso continente. Tudo isto aconteceu já depois de serem apresentados os 10 estádios da prova e poucos antes de serem mostradas as 32 selecções presentes.
Numa das mais bonitas coreografias apresentadas, 370 figurantes, com o mesmo cartão, foram desenhando e gritando os nomes dos países apurados, enquanto as bandeiras se agitavam em volta.
De referir que nem a ausência, à última hora, de Nelson Mandela impediu que a multidão presente no Estádio lhe prestasse mais uma merecida homenagem, levantando-se expontâneamente quando a sua imagem aparecia nos telões. Era esta a festa que marcou o início de um dos maiores acontecimentos do mundo de momento.
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