Maputo (Canalmoz) – O caso Bachir ou MBS continua na ordem do dia. Informações obtidas este fim-de-semana pelo Canalmoz junto de fontes da Procuradoria Geral da República dão conta que esta prossegue as suas diligências junto das autoridades americanas que a 1 de Junho corrente declararam o patrão do MBS, como um “barão da droga” e o acusaram ainda de estar envolvido em “lavagem de dinheiro”. Para já o assunto é apenas entre as autoridades do Departamento de Tesouro americano, com Mahomed Bachir Sulemane. Por outro lado apurámos de Máximo Dias, advogado de Mahomed Bachir Sulemane, que o caso irá ser devidamente tratado nos Estados Unidos mas que tendo em conta os prazos processuais habituais só deverá permitir alguma conclusão “daqui a dois anos”. O causídico admitiu, no contacto com o Canalmoz, que o seu cliente se enganou quando disse que nunca esteve detido ou preso. Está confirmado que já foi detido há anos atrás, em Nacala. “Não se lembrava”, disse ao Canalmoz, na última sexta-feira, o seu advogado. Sabe-se ainda que teve um episódio do género, na Swazilândia. Entretanto, apurámos que a Comunidade Mahometana de Maputo esteve reunida informalmente na noite da última quinta-feira para apreciar um pedido de demissão interposto por Mahomed Bachir Sulemane do cargo de presidente da agremiação. Foi também apreciado o pedido de demissão de Kayum, filho de Bachir Sulemane, do cargo de vice-presidente. Segundo fontes do Canalmoz, no encontro tentou-se votar a continuidade do pai e filho nos cargos que ocupam na Direcção da comunidade Mahometana, na Baixa de Maputo, mais precisamente na Av. Albert Luthuli, mas a iniciativa não foi conclusiva por alegadamente não se ter tratado de uma assembleia geral formal dado que não só não houve convocatória nos termos dos estatutos que prevêem que esta seja publicada num jornal de grande circulação, com oito dias de antecedência, como “a mesa não estava constituída legalmente, nem houve quórum suficiente”. Esteve também ausente o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Mahomed Hanif, porque estava em viagem, como nos disseram, a Nacala, “de onde é natural”. Bachir, recorde-se, iniciou as suas actividades comerciais em Nacala. Disseram-nos que houve votação aberta e que se registou grande apoio à continuidade de Mahomed Bachir no cargo, mas que continua a existir na comunidade grande contestação e a persistirem exigências para que se realize uma Assembleia Geral devidamente organizada nos termos dos estatutos para que se vote o assunto através de voto secreto e não aberto. A comunidade Mahometana em Maputo calcula-se que tenha cerca de 35 mil elementos, mas terão estado na AG cerca de duzentos. Esta comunidade é considerada por muitos outros crentes islâmicos das muitas outras comunidades, a comunidade dos mahometanos ricos de Maputo.
Bancos
Quanto aos bancos que têm instalações no Shopping de Maputo pertencente a MBS, uma fonte do Barclays garantiu-nos que uma ordem escrita proveniente da sede do banco em Londres, instruiu a administração local a encerrar imediatamente a referida agência. Fonte do banco disse-nos que a medida é preventiva para evitarem problemas para o próprio banco, designadamente com as suas cotações em bolsa mas sobretudo com as transferências internacionais que passam todas pelo centro de controlo em Nova York. Existem no centro comercial de Bachir, outras duas agências bancárias: do BCI e do Millennium-bim. O dono do MBS já reconheceu publicamente, através da TVM, a televisão pública de Moçambique, que os bancos já lhe manifestaram interesse em romper as relações com ele. (Fernando Veloso, CANALMOZ, 14/06/10)
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