O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera “preocupante” a acusação feita pelo Governo dos Estados Unidos da América (EUA) contra o empresário moçambicano Mahomed Bachir Seleman, a quem foi atribuído o rótulo de “barão da droga”. “É preocupante a acusação, mas nós não nos podemos pronunciar com profundidade, porque aqui nos limitamos a trabalhar com o Governo em matéria relacionada com a definição de Políticas Macroeconómicas”, disse esta terça-feira Félix Fisher, representante cessante do FMI em Moçambique.
Fisher acrescentou ainda que há um acordo com o Governo sobre “medidas contundentes” contra crimes de branqueamento de capitais, realçando que “esperamos que o acordo seja cumprido na íntegra pelo Governo moçambicano contra este tipo de crimes”.
O representante cessante do FMI revelou igualmente que está prevista até finais de 2010 a aprovação pela Assembleia da República (AR) de uma emenda à lei contra Branqueamento de Capitais sanando incompatibilidades constantes neste dispositivo legal com um outro que cria o Gabinete de Informação Financeira, que é uma instituição estatal adstrita ao Ministério das Finanças, que serve de monitora da informação financeira secreta em Moçambique.
A emenda foi requerida pelo Governo a pedido do FMI depois de esta instituição financeira internacional ter notado incompatibilidades entre os dois instrumentos. “Espero que o documento a ser aprovado venha a contribuir no combate contra o tráfico de drogas e contra branqueamento de capitais em Moçambique”, realçou Fisher a terminar o seu comentário sobre a acusação contra Bachir pelo Governo dos EUA.
Barclays Bank encerra sucursal
Entretanto, o Barclays Bank tornou-se na primeira instituição moçambicana a anunciar formalmente o encerramento do seu balcão no Maputo Shopping Center, medida a produzir efeitos a partir do próximo dia 23 de Junho, segundo aquela instituição financeira.
Um comunicado do Barclays Bank divulgado esta terça-feira, em Maputo, indica que todas as contas domiciliadas naquele balcão serão transferidas para a sua agência localizada na Avenida Joaquim Lapa, na baixa da cidade de Maputo, sossegando, em seguida, os seus clientes que todos os números de contas permanecerão inalterados e que os mesmos poderão continuar a fazer as suas transacções habituais, tais como requisição de livros de cheques, cartões de débito ou de crédito, pedidos de empréstimos, entre outras operações.
O encerramento da dependência segue-se ao anúncio feito pelo Presidente norte americano, Barack Obama, em que o proprietário do Maputo Shopping Center é acusado de ser “barão da droga”. Por outro lado, o empresário e antigo deputado da Assembleia da República pelo partido FRELIMO Amade Camal considerou a medida como “uma mancha à FRELIMO”, por ela estar a ser feita contra o seu mais influente membro e financiador daquela formação política.
Camal lamenta ainda a aparente “apatia” do Executivo no combate contra a corrupção e contra o narcotráfico, em Moçambique.
NOTA DO JOSÉ =Interessante e realista a opinião de Amade Camal, um ex-deputado da Frelimo.
Sobre este assunto, A Verdade revela que mais bancos planeiam encerrar as suas sucursais no Maputo Shopping. Leia aqui.
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