Diferentes fontes deram relatos de várias formas de fraude verificadas durante as últimas eleições. Alguns destes alegados actos de fraude consistiram na invalidação propositada de boletins de voto nos quais os eleitores teriam votada nos candidatos da oposição, enquanto que noutros casos, votos inexistentes foram introduzidos nas urnas.
Embora seja ideal que os eleitores votem em massa, afluências de quase 100 por cento ou mais em certas assembleias de voto são motivo para suspeitar que houve muitos votos que foram irregularmente introduzidos nas urnas.
De acordo com fontes bem informadas nesta matéria eleitoral, houve pelo menos 21 assembleias de voto com uma afluência de 100 por cento ou mais, e 15 onde o número de supostos eleitores situou-se entre 95 e 99 por cento. Destas 36 assembleias de voto 21 foram em Tete, e seis em Gaza.
Provavelmente estes números não podem corresponder à verdade, dado que há eleitores que mesmo que se tenham registado morreram ou se ausentaram dos locais onde foram registados.
O elevado número de votos nulos deve também ser motivo de preocupação, exigindo a instauração dos devidos procedimentos criminais. De um conjunto de assembleias de voto que foram analisadas por instituições de observação eleitoral credíveis, registaram-se 41 assembleias com uma margem de votos nulos que se situa entre os 10 e 30 por cento.
A existência de um elevado número de votos nulos pode sugerir que um grande número de eleitores votaram em mais do que um candidato. Mas esta sugestão é muito pouco provável, sendo razoável suspeitar que tenha havido alguns funcionários eleitorais que num acto de excesso de zelo quiseram prestar serviço aos seus candidatos de preferência.
Certamente que a oposição e os seus candidatos foram prejudicados com estes actos criminais, muito embora tal não seja suficiente para negar a vitória da Frelimo e do seu candidato, Armando Guebuza.
Contudo, estes actos irresponsáveis e criminais descredibilizam o processo eleitoral e a integridade profissional dos funcionários que são pagos pelo Estado para gerir um processo limpo e acima de qualquer suspeita. A Frelimo e Guebuza não precisavam desses servicinhos sujos para ganharem estas eleições.
O voto é pessoal e íntimo, e exprime a vontade do eleitor sobre quem o deve governar. Que esta vontade seja alterada sem o seu consentimento é um crime horrendo que não se deve deixar passar impune. Pior quando este crime é praticado por pessoas de quem em princípio deve depender a credibilidade e integridade de todo o processo de legitimação do sistema governativo.
De acordo com os dados apresentados pela própria Comissão Nacional de Eleições (CNE), só na eleição presidencial registou-se um total de 199 260 votos nulos, representando 4,52 por cento do total de votantes. Esta percentagem é atipicamente superior ao número de votos nulos registados nas eleições de 2004, e revela uma acção sistemática e intencional para a consumação de uma fraude eleitoral de gigantescas proporções. Porque motivações, só os autores deste mau serviço à democracia nos poderão dizer.
Embora seja ideal que os eleitores votem em massa, afluências de quase 100 por cento ou mais em certas assembleias de voto são motivo para suspeitar que houve muitos votos que foram irregularmente introduzidos nas urnas.
De acordo com fontes bem informadas nesta matéria eleitoral, houve pelo menos 21 assembleias de voto com uma afluência de 100 por cento ou mais, e 15 onde o número de supostos eleitores situou-se entre 95 e 99 por cento. Destas 36 assembleias de voto 21 foram em Tete, e seis em Gaza.
Provavelmente estes números não podem corresponder à verdade, dado que há eleitores que mesmo que se tenham registado morreram ou se ausentaram dos locais onde foram registados.
O elevado número de votos nulos deve também ser motivo de preocupação, exigindo a instauração dos devidos procedimentos criminais. De um conjunto de assembleias de voto que foram analisadas por instituições de observação eleitoral credíveis, registaram-se 41 assembleias com uma margem de votos nulos que se situa entre os 10 e 30 por cento.
A existência de um elevado número de votos nulos pode sugerir que um grande número de eleitores votaram em mais do que um candidato. Mas esta sugestão é muito pouco provável, sendo razoável suspeitar que tenha havido alguns funcionários eleitorais que num acto de excesso de zelo quiseram prestar serviço aos seus candidatos de preferência.
Certamente que a oposição e os seus candidatos foram prejudicados com estes actos criminais, muito embora tal não seja suficiente para negar a vitória da Frelimo e do seu candidato, Armando Guebuza.
Contudo, estes actos irresponsáveis e criminais descredibilizam o processo eleitoral e a integridade profissional dos funcionários que são pagos pelo Estado para gerir um processo limpo e acima de qualquer suspeita. A Frelimo e Guebuza não precisavam desses servicinhos sujos para ganharem estas eleições.
O voto é pessoal e íntimo, e exprime a vontade do eleitor sobre quem o deve governar. Que esta vontade seja alterada sem o seu consentimento é um crime horrendo que não se deve deixar passar impune. Pior quando este crime é praticado por pessoas de quem em princípio deve depender a credibilidade e integridade de todo o processo de legitimação do sistema governativo.
De acordo com os dados apresentados pela própria Comissão Nacional de Eleições (CNE), só na eleição presidencial registou-se um total de 199 260 votos nulos, representando 4,52 por cento do total de votantes. Esta percentagem é atipicamente superior ao número de votos nulos registados nas eleições de 2004, e revela uma acção sistemática e intencional para a consumação de uma fraude eleitoral de gigantescas proporções. Porque motivações, só os autores deste mau serviço à democracia nos poderão dizer.
(Editorial do Savana de 13/11/09, citado em www.oficinadesociologia.blogspot.com)
2 comments:
Afinal ganharam com uma maioria esmagadora ou não?
Porquê recorrer à fraude eleitoral?
Tudo isto me faz confusão à moleirinha...
Um abraço da
Maria Helena
Amiga,talvez uma das explicações mais plausíveis é que muitos frelos
têm a vigarice no sangue.
Eu penso que fazer trafulhice quando não é necessário torna o caso ainda mais grave.De qualquer modo, estamos a falar de criminosos sem escrúpulos.
Pior que a fraude, é a tentativa desesperada de certos espertalhões que tentam minimizar e até negar estes crimes.
Que vergonha!
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