Friday 6 November 2009

"Estado" escreve-se com "F". "Rádio" também


É pena não se conseguirem copiar as imagens, para vos poder mostrar.
Assim, têm que clicar para o site da Rádio Moçambique.
É, já agora, o único meio de comunicação que chega realmente à generalidade da população e é estatal - sendo, portanto, paga pelos poucos contribuintes moçambicanos e pelos dos países que financiam o Orçamento de Estado local.
Lá chegados, verão, no canto superior esquerdo logo abaixo do cabeçalho, uma sucessão de 5 bonitas fotos.
Como descrevê-las?
Não é fácil, mas tentemos.
A primeira é uma visão de conjunto de garbosos jovens com um ar simpático e determinado, empunhando cartazes de um dos partidos concorrentes às eleições parlamentares e provinciais. É, suponho que por acaso, a Frelimo.
A segunda é um ajuntamento de gente alegre, vitoriando um senhor sorridente que entre eles avança, um par de passos à frente da esposa, como deve ser. Também suponho que por acaso, esse senhor é um concorrente às eleições presidenciais, para além de Presidente da República e da Frelimo. Para quem não conheça, chama-se Armando Guebuza.
A terceira foto é um muito belo friso de mulheres sentadas num plano elevado, todas elas com vestes muçulmanas de um lindo tom de azul. Talvez por distração de quem assim quiz mostrar a diversidade do país, o tal plano elevado está debruado com duas filas de cartazes alternados, dizendo uns deles "Vota Frelimo" e os outros "Vota Armando Emílio Guebuza".
Segue-se a já clássica foto de mulheres Macua com o seu branco produto de beleza facial, belas e sorridentes como sempre. Por um qualquer acidente, apresentam os lenços de cabeça adornados com grandes autocolantes da Frelimo.
Por fim, a sempre necessária foto de uma bela e rechunchuda bébé. Infelizmente, não se lhe vê parte da cara, que calhou estar tapada por um panamá com um enorme autocolante. Não é que isso interesse, mas diz "A Frelimo é que fez, a Frelimo é que faz".
É belo e instrutivo.
Lembra-nos que "Estado" se escreve com "F".
E que "Rádio" também.


FONTE: Paulo Granjo, em www.antropocoiso.blogspot.com

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