A hora do fecho
Nem tudo são rosas na vitória do partidão. Na capital, uma das praças fortes do batuque, em menos de um ano os putos insolentes do MDM causaram uma erosão de sete pontos percentuais à maçaroca. A Frelimo teve 83,8% dos votos nas autárquicas de Novembro e baixou agora para os 76,5%. Em deputados não houve progressão.
Outro dos descontentamentos no seio dos sectores críticos no partidão é o dos que gostariam de um maior equilíbrio com o “deixar-andar” para que acontecesse o “come back” no segundo mandato, uma espécie de crítica indirecta ao grande chefe. Acontece que o homem ganhou tudo o que havia para ganhar, até pode mudar a Constituição. O que deixa muito boa gente preocupada...
A Beira foi a única cidade que continuou nas mãos da oposição. Daviz derrotou o cachimbo, o galo comeu a maçaroca e a perdiz foi relegada para uma distante terceira posição com uns míseros 6,8%. Tio Afonso só teve consolo em Chibabava, a sua terra natal.
Os do MDM andam cabisbaixos com os resultados do Niassa, onde anda maka na contagem de votos. Um dos seus pesos pesados estava para dar votos para o galo. Perdeu Cuamba como tinha perdido em Novembro e na província não deve sair nenhum deputado para a escolinha do barulho.
u A abstenção atingiu forte as áreas onde era tradicionalmente mais forte a oposição. Na Zambézia a participação foi de apenas 33% do eleitorado. Assim, não houve uma transferência maciça de votos da perdiz para o celeiro da maçaroca. Houve milhares que não foram dar voto a ninguém.
Abaixo dos votos do MDM, o item que está mais forte nas estatísticas das eleições é o voto em branco. Deve arrecadar 7% das percentagens, o que é muito.
u Nos bancos das maiorias, que habitualmente navegam também nas maiorias políticas, há alguma preocupação. Um dos homens fortes da banca portuguesa, habilidoso lobista dos socialistas portugueses e habitual visita dos dois principais bancos moçambicanos foi preso na teia de ligações perigosas em investigação na tuga. Eventualmente vão parar as visitas para reuniões de conselho de administração em Maputo...
u Mas o que uns não podem outros podem. Boas novas chegam de Malabo, a capital da Guiné Equatorial. O ditador local indultou um bando de mercenários, alguns dos quais com ligações a Angola e Moçambique. O nosso especialista, entre outras coisas, fez carreira numa das empresas de topo que desequilibra a balança das exportações de Moçambique. Welcome Mr. Du Toit.
Um assessor da tsunami II deu três páginas (entrevista num jornal desportivo da praça) à nova paixão da chefe, um homem que levantou multidões nos estádios de futebol nas décadas 80 e 90. Amor é maior...
Em voz baixa
Os estrategos do lambebostismo depois de inventarem conspirações externas e governos de unidade nacional na forja, estão agora engasgados com a abstenção. À falta de melhor argumento lá vão gaguejando que foi melhor que em 2004.
FONTE: www.oficinadesociologia.blogspot.com.
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