Wednesday 11 November 2009

Observatório Eleitoral deve ser banido do país

Dhlakama diz que o relatório do OE é um atentado à democracia
E exige que a CNE invalide os resultados eleitorais, sob pena de o país viver momentos de turbulência

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse, ontem, em Nampula, que o Observatório Eleitoral (OE) deve ser “banido” do território moçambicano, pois o relatório daquela organização não faz menção a nenhum incidente que se tenha registado no dia da votação, para além do mesmo não passar de uma compilação de dados registados em editais dos presidentes das assembleias de voto.
Dhlakama fez este pronuciamento numa conferência de imprensa por si convocada, com o objectivo de apresentar a sua apreciação relativa ao relatório do OE, referente às eleições de 28 de Outubro, que lhe foi entregue, na passada quinta-feira, pelo presidente daquela agremiação, Brazão Mazula, na companhia de Alice Mabota.
O líder do maior partido da oposição disse estar desapontado com aquele órgão da sociedade civil.

ATENTADO À DEMOCRACIA

Dhlakama diz ainda que o relatório do observatório eleitoral é um verdadeiro atentado à democracia no país. Como forma de evidenciar os seus pronunciamentos, Dhlakama diz que em nenhum parágrafo do relatório o OE faz menção aos locais onde, alegadamente, as pessoas não puderam votar, para além de não se referir ao cenário dos votos injustamente inutilizados, irregularidades que mesmo a Comissão Nacional de Eleições reconhece terem manchado as eleições deste ano.
Por outro lado, o líder da “perdiz” acrescenta que o OE omite também casos de troca de cadernos que se deram em muitos locais, dos confrontos entre os membros das assembleias de voto e eleitores e detenção dos delegados de candidatura dos partidos da oposição.

OE AO SERVIÇO DA FRELIMO

Na sequência das constatações acima arroladas, o líder da Renamo pede às instituições judiciais do país a “banirem” o Observatório Eleitoral (OE) que, segundo afirmou, está ao serviço do partido no poder e do seu candidato presidencial, Armando Guebuza.
Dhlakama classifica esta situação como grave, sobretudo, porque os membros do OE são considerados por muitos como idóneos.
por conseguinte, Dhlakama exige que a CNE invalide os resultados destas eleições, com a alegação de terem sido fraudulentas e adverte que, se este órgão eleitoral não acatar a exigência, o país poderá viver momentos de grande turbulência, nos próximos dias, pois o seu partido já está a preparar uma manifestação para protestar os resultados do escrutínios.
De acordo com Dhlakama, o relatório do OE é uma colectânea de dados que declaram Armando Guebuza como estando em primeiro lugar, com 74% dos votos; em segundo lugar, Afonso Dhlakama, com 17 % dos votos e, por último, Daviz Simango com 8% dos votos.

(Nelson Belarmino, O País, 11/11/09)

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