Saturday, 1 September 2012

Islâmicos suspendem marcha de sábado

O Movimento Islámico de Moçambique acaba de anunciar a suspensão “sine die” da anunciada marcha em direcção ao Ministério do Interior e a realização, a 1 de Setembro, de manifestações em todas as 11 capitais provinciais de Mocambique, em protesto contra o alegado indice crescente da criminalidade.
Amade Camal, porta-voz do movimento, diz estar na razão da suspensão do protesto o facto de a organização ter tido um encontro com o Presidente da Republica, Armando Guebuza, durante o qual foram discutidos assuntos contidos no manifesto que seria entregue ao Goveno e que este foi bastante receptivo.
O manifesto, que foi apresentado hoje em conferencia de imprensa em Maputo, apresenta como questões que afligem aquela comunidade o crescente índice de criminalidade, discriminação étnica, racial, tribal e religiosa, produção de políticas sócio-económicas inclusivas, capacitação dos moçambicanos, justiça e liberdade de imprensa.
“Em relação às questões que apresentamos, o Presidente da República demonstrou estar a par de alguns mas também ficou surpreendido com outros, mas prometeu que o Goveno iria empenhar-se a fundo para a sua solução”, disse Camal.
Refira-se que antes da marcha e manifestações que haviam sido agendadas para o dia 1 de Setembro, reunidos sexta-feira última em Maputo, os representantes deste movimento tinham anunciado medidas de desobediencia civil, dentre as quais o encerramento do comércio de segunda a quarta-feira últimas, medida que acabou ficando sem efeito.
Segundo Camal, houve um mal entendido, pois o motivo das manifestações não foram os sequestros mas a criminalidade em geral com ênfase no assassinato macabro de uma jovem no bairro do Jardim, cujos autores foram capturados pela polícia a venderem o seu carro.
“Nós somos um grupo de pressao normal em democracias que pretende alertar a quem de direito sobre os problemas sociais que não são discutidos a todos os níveis por parte da sociedade civil“, disse Camal.
Camal, que afirmou saber muito pouco sobre os sequestros, disse que a jovem Henna Ayob, de 17 anos, que havia sido raptada há dias em Maputo, foi encontrada e entregue a família pela polícia.
Alegando que foi a imprensa que trouxe ao de cima os sequestros como justificativo para a revolta e as propaladas manifestações e onda de desobediencia, Camal alegou que alguns sectores da comunicação social, sobretudo pública, não são totalmente livres e que deviam ser mais equitativos.
“O objectivo da manifestação era simplesmente o de entregar este manifesto ao Governo”, frisou.
(RM/AIM)

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