Monday, 24 September 2012

Investimento português: Energia e portos são a nova aposta em Moçambique

A criação de uma congénere da portuguesa REN em parceria com o Governo moçambicano e de uma outra empresa para desenvolver projectos de infra-estruturas ferro-portuárias juntam-se a mais dois anúncios de investimento em Moçambique. A Sumol+Compal vai construir uma fábrica e a Efacec ganhou um negócio de 20 milhões de euros.
Foi o próprio primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, quem anunciou a criação da nova empresa de infra-estruturas eléctricas uma empresa, que vai ter "por missão estruturar todas as ligações eléctricas, em particular um projecto muito importante conhecido em Moçambique como ‘espinha dorsal' e no qual a REN será também participante". Mais recentemente, outro governante, António Almeida Henriques, secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, numa visita a Moçambique, anunciou a criação de uma empresa de capitais mistos para desenvolver projectos de infra-estruturas ferro -portuárias. "A lógica é dar resposta às várias vertentes do projecto de desenvolvimento de infra-estruturas", referiu o mesmo governante.
A nova fábrica da Sumol+Compal nos arredores de Maputo, vai iniciar produção em Novembro. Grande parte dos produtos continuarão a ser fornecidos pelo mercado português, nomeadamente algumas das frutas usadas na confecção de sumos e néctares, como por exemplo a pêra rocha, tida como um dos sabores preferidos dos moçambicanos.
Este investimento de dez milhões de dólares (oito milhões de euros) vai criar 70 postos de trabalho e visa abastecer o mercado moçambicano e dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, que tem um potencial de 170 milhões de consumidores.
A Efacec ganhou uma nova encomenda da EDM para aumentar a capacidade de fornecimento de energia eléctrica a Maputo e arredores, em Moçambique, num investimento de 20 milhões de euros. O projecto vai ser financiado através da linha da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a área da cooperação.
A remodelação e reforço da rede eléctrica de Maputo vai envolver a subcontratação de outras empresas nacionais portuguesas - como a Cabelte, a Solidal, a Fisola, a Tovisi e a Electro AS - e a criação de cerca de uma centena de postos de trabalho para levar a cabo a obra.
Uma boa aposta de investimento
O banco britânico Barclays considerou a economia moçambicana "uma boa aposta", apesar de fortemente influenciada pela banca portuguesa, que a instituição financeira pretende evitar por receio de contágio, por alegado "risco de redenominação". Este risco é explicado pelos financeiros do banco com as potenciais perdas com a mudança de divisa destes países para moeda local e consequente desvalorização. A maior quota da banca moçambicana é detida por bancos de capitais de origem lusa.
Artigo extraido do jornal Diário Económico, 18 de Setembro de 2012


RM

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