Neste momento, as reservas de gás são estimadas em 150 triliões de pés cúbicos e as pesquisas no terreno continuam.
Neste ano, o Governo deverá lançar um novo concurso público internacional para a prospecção de hidrocarbonetos. No que se refere ao carvão, as coisas também começam a aquecer, com a burguesia moçambicana a participar também da corrida.
Todos marcaram presença na Feira Internacional de Maputo (FACIM) 2012. O sector dos recursos minerais também fez parte da feira, onde, no sector dos hidrocarbonetos, apesar de muita mediatização da bacia do Rovuma, Mpande e Temane (na província de Inhambane) continuam a ser os únicos locais de exploração propriamente dita.
As reservas nestes furos sob gestão da sul-africana Sasol estimam-se em cinco triliões de pés cúbicos de gás natural. Neste momento, estão a ser explorados 183 milhões de gigajoules, por ano. Refira-se que a maior parte do gás produzido em Mpande e Temane é exportado para a vizinha África do Sul, e Moçambique continua sem transformar este recurso em gás de cozinha para o seu próprio consumo, recorrendo aos sul-africanos para se abastecer deste recurso.
Na província de Sofala, uma empresa de capitais indonésios e a moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) encontram-se a fazer uma pesquisa sísmica em Inhamiga, com vista a apurar onde é possível abrir um furo para posterior prospecção de hidrocarbonetos. Trata-se de um local que, nos anos 60 do século XX, foi descoberta a ocorrência de gás natural.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto Nacional de Petróleo, Arsénio Mabote, a Sasol e a Petronas (da Malásia) encontram-se a pesquisar hidrocarbonetos no Bloco M10 da bacia do Buzi.
Bacia de Rovuma
Arsénio Mabote revelou que, neste momento, as reservas de gás natural na bacia de Rovuma (norte do país) são estimadas em 150 triliões de pés cúbicos, onde as pesquisas intensificam e prevê-se que haja mais descobertas de gás natural no local.
A ideia do Governo é desenhar uma estratégia sobre como explorar estes recursos em benefício da economia moçambicana, em sintonia com o objectivo de combate à pobreza. “Se começarmos a produzir Gás Natural Liquefeito (GNL), a partir de 2018, conforme o previsto por algumas concessionárias, estamos a dizer que deverão entrar vários biliões de dólares para o cofre de Estado, a partir dos anos 2019 e 2020”, garantiu Mabote.
O PCA do INP diz ainda que Moçambique tem que estar atento às tendências mundiais de produção de gás natural, porque não está sozinho nesta corrida de produção de GNL, na medida em que países como a Tanzania e Austrália também têm projectos similares de produção do recurso.
Há, neste contexto, um plano-director que está a ser elaborado pelo Executivo com vista a apurar como será transformado o GNL que ficará no território nacional. “Este documento vai permitir que definamos prioridades de implementação de projectos de aproveitamento de gás natural, ou seja, se vamos utilizar grande parte do gás para produzir fertilizantes, metanol, produtos petroquímicos, ou vermos a possibilidade de gerar energia com uma parte do gás”, acrescentou Mabote.
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