Tuesday 4 September 2012

Exploração de recursos exige plano adequado - defende economista Paulo Haddad

O investimento em infra-estruturas e a implementação de medidas adequadas de planificação pode contribuir para a redução dos desequilíbrios regionais que podem se agudizar durante a fase de exploração dos recursos naturais abundantes em Moçambique.
Esta é posição defendida ontem em Maputo, pelo economista Paulo Roberto Haddad quando falava durante um seminário de capacitação em planeamento mineiro para o desenvolvimento económico sustentável de Moçambique.
O encontro de um dia, era dirigido a funcionários do Ministério dos Recursos Minerais e outros sectores relevantes do Governo para a área dos recursos naturais.
Paulo Haddad que também é consultor e docente universitário, considera que o facto de Moçambique dispor de um enorme potencial de recursos naturais não significa, necessariamente, que possa sofrer da chamada maldição dos recursos.
O importante é que haja um programa de planificação capaz de garantir um desenvolvimento sustentável ou seja, que os projectos desenvolvidos sejam integradores e não sirvam para a criação de enclaves.
Olhando para o comportamento actual da economia moçambicana, Paulo Haddad entende que é natural que os mega-projectos hoje, estejam a contribuir para o aumento do volume das exportações mas também das importações, o que é normal para uma fase de arranque.
“O importante é que no futuro, o país seja capaz de substituir as importações em exportação de modo que tenha uma balança comercial equilibrada”, referiu.
A fonte também se referiu à necessidade de o país ter que manter um clima de investimento favorável, sobretudo através da manutenção da estabilidade nos principais indicadores macro-económicos.
“É preciso estruturar para melhor aproveitar as potencialidades. Moçambique está a dar passos importantes nisso. Os planos para a construção do corredor de Nacala e reforço do da Beira são bons exemplos de infra-estruturas que podem ajudar a reduzir os desequilíbrios que são gerados pela exploração dos recursos”, fundamentou.
O economista entende ainda que numa primeira fase, a concentração espacial dos projectos pode levar a criação de movimentos separatistas sendo que tudo deve ser feito para que tal não aconteça no país.
Refira-se que o seminário sobre o planeamento mineiro para o desenvolvimento sustentável em Moçambique, enquadra-se no leque dos vários eventos que o sector de mineração tem vindo a organizar com vista a capacitar os quadros do sector mineiro e outros sectores relevantes para a regulamentação e gestão eficaz das actividades mineiras;   
Neste sentido, o sector esta revendo e fortificando sua política e seu quadro legal, como indicativos para consolidação de um conjunto de grandes escolhas que orientam a construção do futuro de Moçambique, em um horizonte de longo prazo.

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