O investimento em infra-estruturas e a implementação de medidas adequadas de
planificação pode contribuir para a redução dos desequilíbrios regionais que
podem se agudizar durante a fase de exploração dos recursos naturais abundantes
em Moçambique.
Esta é posição defendida ontem em Maputo, pelo economista Paulo Roberto
Haddad quando falava durante um seminário de capacitação em planeamento mineiro
para o desenvolvimento económico sustentável de Moçambique.
O encontro de um dia, era dirigido a funcionários do Ministério dos Recursos
Minerais e outros sectores relevantes do Governo para a área dos recursos
naturais.
Paulo Haddad que também é consultor e docente universitário, considera que o
facto de Moçambique dispor de um enorme potencial de recursos naturais não
significa, necessariamente, que possa sofrer da chamada maldição dos recursos.
O importante é que haja um programa de planificação capaz de garantir um
desenvolvimento sustentável ou seja, que os projectos desenvolvidos sejam
integradores e não sirvam para a criação de enclaves.
Olhando para o comportamento actual da economia moçambicana, Paulo Haddad
entende que é natural que os mega-projectos hoje, estejam a contribuir para o
aumento do volume das exportações mas também das importações, o que é normal
para uma fase de arranque.
“O importante é que no futuro, o país seja capaz de substituir as importações
em exportação de modo que tenha uma balança comercial equilibrada”, referiu.
A fonte também se referiu à necessidade de o país ter que manter um clima de
investimento favorável, sobretudo através da manutenção da estabilidade nos
principais indicadores macro-económicos.
“É preciso estruturar para melhor aproveitar as potencialidades. Moçambique
está a dar passos importantes nisso. Os planos para a construção do corredor de
Nacala e reforço do da Beira são bons exemplos de infra-estruturas que podem
ajudar a reduzir os desequilíbrios que são gerados pela exploração dos
recursos”, fundamentou.
O economista entende ainda que numa primeira fase, a concentração espacial
dos projectos pode levar a criação de movimentos separatistas sendo que tudo
deve ser feito para que tal não aconteça no país.
Refira-se que o seminário sobre o planeamento mineiro para o desenvolvimento
sustentável em Moçambique, enquadra-se no leque dos vários eventos que o sector
de mineração tem vindo a organizar com vista a capacitar os quadros do sector
mineiro e outros sectores relevantes para a regulamentação e gestão eficaz das
actividades mineiras;
Neste sentido, o sector esta revendo e fortificando sua política e seu quadro
legal, como indicativos para consolidação de um conjunto de grandes escolhas que
orientam a construção do futuro de Moçambique, em um horizonte de longo prazo.
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