Tuesday 15 September 2015

Frelimo apresenta várias versões para tentar desmentir ataque a Dhlakama



As diversas versões apresentadas dizem: é invenção; é mentira; foram os próprios homens que dispararam contra si; foi explosão de um pneu de uma das viaturas; os homens da Renamo entraram em pânico e começaram a disparar de um lado para outro.

O partido Frelimo veio a público, na tarde de segunda-feira, afirmar que não houve nenhum ataque contra o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, e que tudo quanto foi veiculado foi uma simulação do próprio Dhlakama.
“É uma mentira. É uma invenção da Renamo. Não houve nenhum ataque contra a caravana do líder da Renamo”, disse Damião José, secretário para a Área de Mobilização e Propaganda da Frelimo.
Em conferência de imprensa na sede nacional do seu partido, o porta-voz da Frelimo, Damião José, disse que o seu partido condena e repudia com veemência a postura de Afonso Dhlakama, que Damião José diz ser uma simulação.
Damião José desmentiu igualmente o testemunho de alguns jornalistas que acompanhavam a coluna de Dhlakama e as declarações do comandante provincial da PRM em Manica, Armando Mude, que disse ter tido a informação da existência de um tiroteio às 19.30 horas de sábado, um pouco depois do cruzamento de Tete, acrescentando tratar-se de uma caravana de homens armados, com um efectivo de cerca de 40 a 50 homens.
Ante a insistência da imprensa de que havia testemunhas, o propagandista da Frelimo acabou por admitir que pode ter havido disparos, argumentando que a própria caravana da Renamo é constituída por homens com armas.
“Porque é que não podem ser eles mesmos a disparar as suas próprias armas para simularem que houve um ataque?”, declarou aquele responsável da Frelimo.
Questionado sobre a base que sustenta essa tese, Damião José, embora tenha reconhecido não estar provado, preferiu, mesmo assim, recorrer à justificação de que são os acontecimentos no local e os depoimentos de alguns estudantes do Instituto Médio Agrário de Chimoio, localizado perto do local do incidente.
Segundo Damião José, tais depoimentos apontam para a provável explosão de um pneu de um dos carros da caravana do presidente da Renamo, e uma das viaturas foi colidir com um dos carros, e, a partir daí, por causa do susto ou de qualquer coisa, os seus próprios homens puseram-se em pânico e começaram a disparar de um lado para outro.
Numa declaração de quatro páginas, que durou 21 minutos de leitura, Damião José disse que a Frelimo distancia-se do que chamou “acusações difamatórias” contra si, segundo as quais orquestrou o assassinato ou qualquer atentado à integridade física do presidente da Renamo.
Acrescentou que tudo não passa de manobras dilatórias de simulação de ataque, que servem de pretexto para Afonso Dhlakama iníciar a guerra.
“Que fique claro, de uma vez por todas, para o senhor Dhlakama que a Frelimo não é um partido de malandros. A Frelimo não é uma organização criminosa como aquela liderada por um malandro, que cometeu diversos crimes”, afirmou Damião José.
Perante perguntas dos jornalistas, Damião José insistiu em dizer que o ataque foi uma invenção da própria Renamo e dos jornalistas que acompanhavam a caravana de Afonso Dhlakama.
“É uma invenção. Não houve nenhum ataque. No futuro, naturalmente o trabalho que está sendo feito vai trazer ao de cima o que é que aconteceu naquele preciso momento, mas, para tal, é preciso que a Renamo colabore com as autoridades”, declarou o porta-voz da Frelimo.
A Frelimo diz, por outro lado que a recusa da Renamo ao diálogo percebe-se e justifica-se quando Afonso Dhlakama “simula um ataque que nunca aconteceu, e depois, de forma precipitada, atribui a culpa às Forças de Defesa e Segurança e à Frelimo”.


(Bernardo Álvaro)

 
 
 
CANALMOZ – 15 de Setembro de 2015
 
 
 
 
 
 
 
 


 

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