Os Estados Unidos manifestaram hoje preocupação com o ataque no Sábado a uma coluna transportando o líder da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, e condenam a violência para se alcançar fins políticos.
"A embaixada dos Estados Unidos da América em Maputo manifesta a sua preocupação pelos relatos de um ataque armado na noite do dia 12 de Setembro contra a caravana do partido Renamo [Resistência Nacional Moçambicana)", segundo um comunicado enviado pela missão diplomática à Lusa, reiterando "a sua condenação ao uso da violência para o alcance de quaisquer propósitos políticos".
A embaixada norte-americana recebeu positivamente as declarações feitas pelo líder da Renamo, desencorajando a retaliação ao ataque de sábado, bem como as indicações dadas por autoridades policiais, no sentido de se averiguar o assunto.
"Encorajamos todos os actores do processo democrático moçambicano a procurarem soluções pacíficas através de um diálogo construtivo", finaliza o comunicado enviado à Lusa.
Uma caravana de automóveis em que seguia o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, foi atacada ao início da noite de sábado na província de Manica, centro de Moçambique, havendo pelo menos sete feridos, três da Renamo, um dos quais grave, e quatro presumíveis atacantes.
O ataque, testemunhado pela agência Lusa no local, aconteceu em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
Em conferência de imprensa, Dhlakama atribui o ataque à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), embora sem saber ao certo quem abriu fogo contra a sua coluna e apesar de no local do incidente, à semelhança dos seus militares, ter imputado a emboscada à Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e de jornalistas terem observado feridos com uniforme desta força de elite moçambicana.
Quase vinte minutos depois da emboscada, repelida a tiros pela guarda da Renamo, uma viatura da UIR, lotada de agentes desta força, passou no local, fazendo sinais de emergência, observou a Lusa.
Meia hora depois, uma ambulância cruzou também o local em direcção a Chimoio.
O comando da Polícia da República de Moçambique em Manica negou na passada noite o envolvimento da UIR no ataque à coluna da Renamo.
Para o presidente da Renamo, este incidente "é como se não tivesse acontecido nada", referindo que o diálogo com o Governo pode continuar e que não teme a morte.
Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
Lusa
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