Afonso Dhlakama anunciou esta segunda-feira a criação da Polícia da Renamo, para garantir segurança nas províncias autónomas, num comício no âmbito dos 41 anos do cessar-fogo entre o governo colonial português e a Frelimo.
Falando em Milange, Zambézia (centro), Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da posição, disse que a decisão surge pela recusa da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) de integrar os seus homens nas Forças de Defesa e Segurança do país.
“Dentro de semanas vamos constituir a nossa Polícia da República de Moçambique” declarou Afonso Dhlakama, justificando que o partido queria integrar elementos seus na polícia, mas ressalvou que “a Frelimo não quer”.
O responsável da Renamo disse que a medida responde igualmente ao incumprimento do Acordo de Roma em 1992, que estabelecia a criação de uma Polícia unificada, entre os militares estatais e os guerrilheiros da Renamo, no fim da guerra de 16 anos, e ao Acordo de Cessão de Hostilidades, em vigor desde 05 de setembro do ano passado.
“Eu, Afonso Dhlakama, já não preciso de meter os meus homens na Polícia, porque é a Polícia da Frelimo que ameaça a população” declarou o líder da Renamo.
O dirigente da Renamo assegurou contudo que a Polícia, cuja missão é garantir a segurança dos dirigentes do partido nas seis províncias autónomas, que o movimento insiste criar no centro e norte de Moçambique, será constituída por antigos guerrilheiros desmobilizados e militares no ativo.
Afonso Dhlakama anunciou igualmente a criação de um segundo quartel em Milange (Zambézia) – quase uma semana após a instituição do quartel-general em Morrumbala - que também vai servir para o treino dos agentes da Polícia do partido.
O líder da Renamo referiu que a Polícia e os quartéis “não são para atacar a Frelimo, nem para fazer guerra contra a Frelimo”, mas para defender a população das marginalizações das forças governamentais em cumprimento das ordens do partido no poder.
A Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais e exige a criação de autarquias provinciais em todo o país e gerir de forma imediata as seis regiões onde reclama vitória eleitoral, sob ameaça de tomar o poder à força.
Sobre a sua governação, o líder da Renamo disse que já estão estabelecidos os impostos a serem cobrados nas autarquias provinciais, e estratégias de combate à corrupção nas regiões a governar, para garantir investimentos para construção de escolas, hospitais, comprar medicamentos e reparar estradas.
“Impostos não é problema, qualquer país paga impostos, mas não pode ser imposto em que as pessoas metem no bolso, pegando bicicletas na estrada, cobrando pessoas de qualquer maneira, não, não. O nosso governo também vai explicar como pagar os impostos”, concluiu Afonso Dhlakama.
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