Sunday, 6 September 2015

Arcebispo de Maputo pede humildade e tolerância aos líderes políticos moçambicanos


Maputo, 04 set (Lusa) - O arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, apelou hoje aos líderes políticos moçambicanos para serem humildes e tolerantes na busca da paz duradoura no país, afirmando que o povo moçambicano já está cansado de sofrimento.
Chimoio fez a exortação, em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, a quem foi endereçar um convite para as celebrações do 75.º aniversário da Arquidiocese de Maputo, que se assinala no próximo domingo.
"Para uma paz sólida no país, precisamos de ver o dom da humildade e da tolerância a imperar nos nossos líderes", afirmou o líder da Igreja Católica moçambicana em Maputo.
Os católicos moçambicanos, assinalou Francisco Chimoio, estão preocupados com o cenário de incerteza em relação à paz em Moçambique e desejam uma solução definitiva.
"Estamos preocupados, mas esperançosos na mudança do cenário que se vive no nosso país atualmente", frisou Chimoio.
Moçambique vive momentos de incerteza, devido às ameaças do líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Afonso Dhlakama, de governar à força nas seis províncias do centro e norte em que o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 15 de outubro.
Os receios de que a paz está em perigo em Moçambique adensaram-se na semana passada, com a recusa do líder da Renamo de aceitar um convite do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, para um encontro acusando o executivo de violar o Acordo Geral de Paz de 1992 e o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, assinado em 2014.
Em finais de agosto, Afonso Dhlakama ordenou a delegação do seu partido às negociações de longo prazo com o Governo para suspender a sua participação no processo negocial, alegando falta de seriedade do executivo e na quinta-feira o porta-voz do movimento, António Muchanga, anunciou que a Renamo instalou um quartel no distrito de Morrumbala, província da Zambézia, centro de Moçambique, para treinar a polícia e o exército que vão garantir a defesa das províncias que o partido ameaça governar à força.




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