Monday 28 September 2015

A partir de parte incerta Dhlakama garante que está bem e seguro e promete não retaliar


Circulação na EN6 está neste momento condicionada e realiza-se em colunas.


Governo reforça presence militar no terreno.


Rádio Moçambique e Televisão de Moçambique intensificam campanha de desinformação contra a Renamo.


O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, disse na manhã de ontem, domingo, a partir de parte incerta no interior da província de Manica, que está bem de saúde e muito seguro no local onde se encontra.
Afonso Dhlakama falou por teleconferência para alguns quadros do partido que se reuniram na sede da Renamo, e disse que era para dissipar dúvidas sobre o seu estado de saúde e segurança.
O presidente da Renamo prometeu aos quadros do seu partido que brevemente vai reaparecer, logo que as condições permitirem.
O chefe do Gabinete do Presidente da Renamo, Augusto Mateus, disse ao “Canalmoz”, no final do encontro, que Afonso Dhlakama prometeu aos moçambicanos que não vai retaliar, porque tal implicaria mergulhar o país numa nova guerra, como pretende a Frelimo.
Augusto Mateus disse que Afonso Dhlakama continua a optar pelo diálogo como forma de resolver a actual crise
política.
Recorde-se que uma caravana de Afonso Dhlakama, que saía da cidade de Chimoio, na província de Manica, com destino a Nampula foi alvo de uma emboscada na EN6, distrito de Gondola, no troço entre Amatongas e o Inchope.
A emboscada foi montada por homens armados, que se supõe serem das forças governamentais.
O ataque começou às 10.00 horas de sexta-feira e prolongou-se até ao princípio da noite. Civis que vinham num
“minibus” que tentava ultrapassar a caravana da Renamo foram alvejados pelos atacantes, confundidos como parte da delegação daquele partido.
O porta-voz da Renamo, o deputado António Muchanga, disse ao “Canalmoz” que, devido à intensidade da emboscada, o presidente da Renamo e os seus homens foram obrigados a abandonar as viaturas e estão refugiados em parte incerta nas matas.
Numa comunicação ao país, o porta-voz da Renamo disse que os militares governamentais da Frelimo que foram mortos em combate estavam à paisana, mas traziam coletes à prova de bala debaixo das camisas.
O porta-voz da Renamo disse em
conferência de imprensa na tarde do passado sábado, que, segundo o balance feito ao ataque que pretendia assassinar Afonso Dhlakama, morreram sete elementos da Renamo, dos quais três militares.
Segundo Muchanga, do lado das tropas do
Governo da Frelimo foram contabilizadas baixas de cerca de duas dezenas e foram capturadas cinco armas AKM-47, uma RPG-7 (“bazooka”) e uma RPD.

António Muchanga informou que o presidente da Renamo escapou ileso da emboscada e continua no interior da província de Manica. Anunciou que Afonso Dhlakama está
preocupado com o rumo dos acontecimentos, mas garante que continuará com a luta.


As mentiras da Rádio Moçambique e da Polícia


 Enquanto isso, na comunicação social controlada pela Frelimo – principal suspeita da autoria dos ataques – há uma
verdadeira campanha de manipulação e desinformação que conta com os préstimos da Polícia da República de Moçambique.
A Rádio Moçambique noticiou, citando
fontes da Polícia, que o ataque foi perpetrado pelos próprios homens da Renamo.
O comandante Provincial da PRM em Manica, Armando Mude, disse na tarde de domingo, em declarações exclusivas ao “Canalmoz”, que a Polícia matou dezanove
guerrilheiros da Renamo, que disse serem “recrutas e sem experiência de combate e de manejo de armas”.
Disse que também morreu um motorista de “minibus”, e que quatro civis ficaram gravemente feridos.Armando Mude disse que não houve detenções e que a Renamo, apesar de ter perdido dezanove homens, “não deixou nenhuma arma nem munição”.Questionado sobre como seria possível, com este número de mortos, não ter havido detenções nem feridos nem captura de equipamento militar da Renamo, Armando Mude respondeu: “Pensamos que os colegas foram levando, durante a fuga”.A Polícia diz que não teve nenhuma baixa nem feridos nas suas fileiras.O comandante provincial da Polícia em
Manica disse que oito viaturas da Renamo foram incendiadas, mas atribuiu a responsabilidade à população. Disse que outras quatro viaturas da Renamo estão
parqueadas no Comando Provincial da PRM em Manica.
Neste momento, a circulação daquele troço está sendo feita por colunas escoltadas pelas forças governamentais, apesar de Armando Mude ter dito que já não estão a ser feitas colunas.Armando Mude confirmou a presença das forças governamentais no local do ataque e declarou que alguns homens da Renamo continuam nas matas, mas negou a
existência de quaisquer operações de perseguição contra o presidente da Renamo e os seus homens.


Reunião com os embaixadores da UE


O “Canalmoz” sabe que os embaixadores
dos países que fazem parte da União Europeia marcaram para hoje, segunda-feira, um encontro com a Renamo, para análise da situação político-militar no país.
Não foram divulgados os pormenores da agenda do encontro, mas sabe-se que a comunidade internacional está preocupada com a evolução do conflito.

O próprio Afonso Dhlakama disse, no domingo, que a comunidade internacional tem um papel a desempenhar na procura de soluções para a actual crise.


 
(Bernardo Álvaro)


 
CANALMOZ , 28 de Setembro de 2015


 

1 comment:

Unknown said...

Radio Moçambique( RM) passa a ser RF- Radio da Frelimo.