Monday 16 June 2014

O cúmulo do desespero


 Guebuza quer dividir cidade da Beira a meio para entregar uma parte à Frelimo


Maputo (Canalmoz) – O partido Frelimo na cidade da Beira apresentou duas propostas de divisão administrativa da cidade da Beira cujo objectivo é dividir a cidade a meio, ficando uma parte a ser gerida por aquele partido, que não consegue ganhar eleições naquela cidade. Há quase duas décadas que a maioria do povo beirense repudia o partido Frelimo e os seus candidatos. E como por via eleitoral nada conseguem, o partido de Armando Guebuza quer agora tentar usar a força para conseguir os seus intentos.
Na primeira proposta apresentada, o município da Beira passa a ter 8 bairros dos 26 existentes, ou seja, a edilidade perderia a jurisdição da lixeira, do cemitério, do populoso bairro da Munhava, do bairro da Manga e dos seus bairros de expansão. Na segunda proposta, o município da Beira passa a ter 13 bairros dos 26 existentes. Esta é uma tentativa de querer tirar da cidade os bairros que decidem as eleições e que tradicionalmente nunca votaram no partido Frelimo e seus candidatos.
A medida não é bem vista pelos beirenses, que acusam o partido Frelimo de querer subverter a vontade popular e as leis, e fomentar confusão naquela cidade. Mas uma coisa parece estar muito clara: os beirenses não vão deixar que o partido Frelimo passe por cima da vontade dos munícipes.
Daviz Simango, presidente do município da Beira, já reagiu às pretensões do partido Frelimo, tendo acusado este partido de querer semear confusão na Beira.
Em declarações à imprensa denunciou aquilo que considera procedimento ilegal, inconstitucional e antidemocrático, de dividir a cidade da Beira, segundo afirmou, levado a cabo pelo partido Frelimo com capa de governo provincial de Sofala, em conluio com a representação do Estado na cidade da Beira.
Daviz Simango clarificou que a Resolução No 3/81, de 2 de Setembro, que aprova a superfície geográfica e os limites da cidade da Beira e outros, é clara, ao definir que a superfície da cidade da Beira é de 633 km quadrados, o que coincide com a totalidade da área do distrito. Conjugado com a alínea a) do No 7 do artigo 3 da Lei No 26/13, coadjuvado pelo No 7 do artigo 1 da Lei 27/13, de 18 de Dezembro, a sede do distrito da Beira é a cidade da Beira.
“Se quiserem dar um passo nesta manobra dilatória em dividir a Beira, não nos responsabilizaremos por qualquer atitude tomada pelos beirenses em repúdio e na resistência a medidas antidemocráticas tomadas na sede do partido Frelimo, em Matacuane”, avisou Simango.
Daviz Simango recordou que nos dias 27 a 31 de Maio de 2013, para a reconfirmação dos limites da cidade da Beira e o distrito do Dondo, foi constituída uma equipa multi-sectorial que incluía técnicos da direcção nacional de Organização Territorial do Ministério da Administração Estatal, representantes da secretaria provincial, do distrito do Dondo, do Conselho Municipal da Beira e do Estado na Cidade da Beira, tendo sido reconfirmados os limites geográficos do município da cidade da Beira, criados pela Resolução No 3/81, de 2 de Setembro, tendo ficado evidente que, a norte, faz limite com a cidade e o distrito do Dondo; a sul e este com o Oceano Índico; e a oeste com o estuário do rio Púngué e cidade do Dondo.
Daviz Simango qualificou a intenção do partido Frelimo, chefiado por Armando Guebuza, como sendo “um comportamento nocivo e estranho de quem perde eleições e procura outras formas inconstitucionais, sem respeito pelas vontades dos governados. Quem manda é o povo, através do referendo ou de eleições ”.


Canalmoz

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