A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, rejeitou negociar as suas reivindicações com uma comissão criada pela Frelimo, partido no poder, e exige que o diálogo seja feito com o governo de Maputo.
"Em nenhum momento fizemos contacto com a Frelimo. No dia 22 de outubro, pedimos uma audiência ao governo, na pessoa do primeiro-ministro e ainda não obtivemos resposta", disse hoje à Lusa o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga.
A Renamo está a exigir negociações com o governo de Maputo, considerando que não estão a ser respeitados os acordos de paz assinados entre as duas partes, em 1992, em Roma.
Na sequência dessa exigência, o líder do partido, Afonso Dhlakama, retirou-se da sua residência em Nampula, norte de Moçambique, para uma antiga base militar do movimento na Serra da Gorongosa, no centro do país.
Na última semana, a Frelimo anunciou a constituição de uma comissão para negociar a situação com a Renamo, afirmando que, oficialmente, não conhece as reivindicações do partido da oposição.
"Nós não queremos negociar com eles. A Renamo assinou os acordos de Roma com o governo e não com a Frelimo. Neste preciso momento estou a escrever uma carta ao Presidente da República a informá-lo que já pedimos audiência ao governo e não tivemos resposta", disse Mazagana.
"Se o Presidente entende que o pedido ao governo é respondido pelo partido, então está, mais uma vez, a dar-nos razão nas nossas denúncias sobre a crescente partidarização do Estado moçambicano", acrescentou o porta-voz da Renamo.
(RM/Lusa)
No comments:
Post a Comment