Friday, 9 November 2012

Moçambique pode falhar segundo financiamento do MCA por incumprimento de prazos

Perante a falta de resultados, os americanos cortarão a possibilidade de um segundo financiamento e vão acompanhar de perto a utilização do dinheiro que restar no primeiro programa.
Mas em caso de o governo moçambicano atingir progressos significativos durante os últimos 11 meses do primeiro compacto, poderá estar em melhor posição para ser considerado no segundo pelo conselho de Administração do MCC.

Moçambique poderá falhar uma segunda linha de financiamento do programa Millennium Challenge Account (MCA) destinado a combater a pobreza nas zonas rurais. O governo norte-americano diz que poderá cortar o apoio devido ao incumprimento dos prazos na construção de estradas e fontes de abastecimento de água.
O crónico problema de atraso dos empreiteiros pode comprometer o país a receber uma segunda tranche de mais de 500 milhões de dólares para o combate à pobreza. A Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique enviou, na noite de ontem, um comunicado à nossa Redacção, onde afirma que o Millennium Challenge Corporation não recomenda ao seu Conselho de Administração que Moçambique seja seleccionado para um segundo compacto.
O projecto mais crítico no sector da construção é o que envolve os empreiteiros portugueses, Monte Adriano e grupo Casais, que ganharam o concurso para reabilitar o troço de 75 quilómetros entre Mecutuchi e rio Lúrio, no distrito de Eráti, província de Nampula, que, neste momento, depara com imensas dificuldades de conclusão da obra.
As obras de construção do empreendimento iniciaram em Agosto do ano passado e a sua finalização está marcada para Janeiro de 2013. Mas, de acordo com o vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, Francisco Pereira, este prazo não será cumprido, porque, até à data, foram cumpridos apenas 14% do empreendimento.
O governo já se tinha apercebido de que os americanos não estavam satisfeitos com as obras e escalou todos os projectos em Nampula e Zambézia. Ontem, o director-executivo do Millennium Challenge Account, Paulo Fumane, abriu todo o jogo e apontou o dedo às empresas.

 O País

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