Daviz Simango, presidente do município da Beira e líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, anunciou que vai disputar as presidenciais de 2014, tornando-se no primeiro candidato assumido à Ponta Vermelha.
"Pelo desenrolar dos acontecimentos, não restam dúvidas que continuarei a ser o presidente do MDM e serei o candidato à Presidência da República nas próximas eleições gerais. Que não haja dúvida", garantiu Simango, falando no fim de semana na Beira, no centro de Moçambique.
O MDM realiza o seu primeiro congresso no início de dezembro, para desenhar as estratégias para as eleições autárquicas de 2013 e provinciais e gerais de 2014. "O congresso irá apenas formalizar a intenção dos militantes", assegurou Simango.
Com 48 anos, dirigindo a segunda cidade de Moçambique, Daviz Simango tem uma vida ligada aos dois outros partidos moçambicanos, Frelimo, no poder, e Renamo, principal força da oposição.
O seu pai, Uria Simango, foi um dos fundadores da Frelimo mas caiu em desgraça e foi morto quando este partido tomou o poder em 1975, em circunstâncias nunca esclarecidas, desconhecendo-se a data e o local da sua execução e o destino dado ao corpo.
Daviz Simango chegou à política pela mão da Renamo, mas entrou em choque com o líder deste partido, Afonso Dhlakama, que recusou a sua recandidatura ao município da Beira, em 2008.
Em resultado, Simango fundou um novo partido, MDM, arrebatou a importante cidade da Beira à Renamo, que ficou sem autarquias, e elegeu oito deputados à Assembleia da República de Moçambique.
Com este anúncio, o líder do MDM tornou-se no primeiro candidato assumido às presidenciais de 2014, marcadas pela sucessão do actual Presidente, Armando Guebuza, impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.
A Frelimo ainda não revelou quem será o seu candidato à sucessão do actual chefe de Estado, decisão que será tomada pelo comité central do partido no poder desde 1975 e dirigido pelo próprio Guebuza.
Já a Renamo, que tem sempre candidatado sem sucesso o seu líder, Afonso Dhlakama, ameaça impedir a realização das eleições, afirmando que os acordos de paz assinados em 1992 não estão a ser cumpridos e contestando a lei eleitoral.
(RM/Lusa)
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