Monday, 26 November 2012

REDUZ NÚMERO DE CRIMES, MAS VIOLÊNCIA CONTINUA PREOCUPANTE

 O número de crimes ocorridos este ano em Moçambique reduziu comparativamente com o do ano passado, mas o caracter violento dos casos registados é preocupante.
Segundo o Ministro do Interior, Alberto Mondlane, nos primeiros nove meses deste ano, a Polícia registou um total de 15.958 casos criminais, contra 18.644 de igual período de 2011, o que representa uma redução na ordem de 14 por cento.
Contudo, os dados revelam que os roubos, furtos, homicídios, ofensas corporais, violação de mulheres e crianças, raptos, entre outros, são os tipos de crimes que mais afectam o país.
“Nos últimos tempos, o país tem vindo a registar um novo fenómeno criminal caracterizado por rapto e sequestros com pedidos de resgate”, disse o Ministro, falando na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.
“Este fenómeno (raptos com pedidos de resgate) está associado ao crime organizado transnacional, e no caso específico de Moçambique os seus autores procuram ganhar, ilicitamente, avultadas somas de dinheiro, por meio de chantagem, ameaça e cativeiro das vítimas e dos seus familiares”, acrescentou o governante.
Mondlane disse que o outro fenómeno que preocupa a sociedade é a violação de menores. Segundo disse, de Janeiro a Setembro de 2012 corrente, a Polícia registou um total de 375 crimes de natureza sexual, tendo como vitimas menores de ambos os sexos, a maioria das quais (372) raparigas.
O Ministro explicou que a maior parte dos casos de violação de menores ocorre ao nível domestico e é protagonizada por membros da mesma família ou pessoas que têm autoridade sobre a criança.
“Os casos que ocorrem na via pública, geralmente configuram situações concretas de rapto para a violação, existindo casos conhecidos que resultaram em óbito das vítimas, na cidade de Maputo e nas províncias de Maputo, Gaza e Tete”, disse o Ministro.
Igualmente, a Polícia registou casos de óbitos e extracção de órgãos humanos, principalmente de vitimas do sexo feminino, cujo móbil a Polícia acredita estar associado a práticas de obscurantismo e feitiçaria.
As autoridades entendem que este problema resulta da falta e ou deficiente supervisão dos encarregados de educação sobre as crianças; exposição de crianças a situações de risco; superstição associada a ganância por parte dos violadores; mitos relacionados com a cura de doenças crónicas; casamentos prematuros, entre outros.
Para a Polícia, a prevenção e o combate efectivo destes crimes pressupõem, para além da acção das autoridades, a participação activa da família, encarregados de educação, educadores e a sociedade em geral, com vista a assegurar a protecção primária das crianças, bem como o seu acompanhamento e vigilância permanentes.


(AIM)

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