Thursday 1 November 2012

Governo diz que haverá seca no sul e inundações no centro e norte

Época chuvosa 2012/2013.
O executivo que parte para uma acção financeiramente fragilizado aprovou, na última terça-feira, o plano de Contingência para a época chuvosa 2012/2013. Para o efeito, tem disponíveis 120 milhões de meticais, contra os 373 456 mil meticais que seriam o ideal.
Normalmente quando chega esta fase do ano, o governo tem feito a análise da época chuvosa, a localização das zonas de risco e protecção, para além de definir as actividades a realizar. No rol das suas medidas, faz ainda a verificação do material que será necessário e aloca os recursos necessários para a sua intervenção.
Neste sentido, e porque a época chuvosa já começou, o executivo apresentou, na última terça-feira, dados segundo os quais, até Dezembro, haverá a ocorrência de chuvas normais com tendência para baixo do normal na zona sul e nas províncias de Manica e Sofala, bem como na parte sul das províncias de Tete e da Zambézia.
Enquanto isso, para a zona norte e numa grande extensão da Zambézia, prevê-se a ocorrência de chuvas normais com tendência para cima do normal.
Quanto à entrada ao novo ano, os meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2013 poderão registar a ocorrência de chuvas com tendência para cima do normal nas zonas centro e norte e chuvas normais com tendência para baixo do normal na zona sul.
Em relação às bacias, o governo garantiu que, até Agosto deste ano, se encontravam todas abaixo do nível de alerta e, por isso, não constituem perigo até agora. Todavia, para Janeiro e Março de 2013, o cenário poderá inverter-se, pois poderá haver um risco médio nas bacias do Lúrio, Mucuburi, Monapo, Meluli, Ligonha, Milela, Púnguè, Búzi, Save e Mabuti; e poderá haver um risco muito alto nas bacias de Zambeze, Licungo e Missalo e nas bacias hidrográficas da Orla Marítima de Nampula.
Perante este cenário e, em relação à agricultura, tida como base de desenvolvimento e que é praticada pela maioria da nossa população, o governo diz prever um nível de satisfação das necessidades hídricas nas culturas de Outubro a Dezembro de 2012. Mas nem todo o país poderá beneficiar desta acção da chuva, pois, na região sul, há uma grande probabilidade de ocorrência de seca, particularmente nas províncias de Gaza e Inhambane.
Outro risco iminente na presente época chuvosa tem que ver com a probabilidade de ocorrência de ciclones em toda a nossa costa, com maior incidência nas províncias de Nampula, Sofala, Inhambane e, em certas ocasiões, acompanhados de vendavais em todo o país.
Haverá, igualmente, inundações nas cidades, particularmente da Beira e de Quelimane, e algumas vilas como de Nicoadala, Maganja da Costa, Mutarara, Machanga, Zumbo, Marromeu, Nacala, Búzi. É possível também que ocorram sismos em baixa magnitude.
Em face deste cenário inquietante, o executivo, através da ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, chamou atenção para alguns factores que concorrem para a vulnerabilidade ou risco das populações, principalmente, a questão das construções precárias das habitações nas zonas rurais e peri-urbanas e a existência de bairros informais.
Entretanto, tendo em conta o drama registado na época passada, onde mais de mil salas de aulas ficaram destruídas, o Ministério da Educação está em alerta, sobretudo na situação de ocorrência de ventos fortes e ciclones.
Para fazer face a estes cenários, Namashulua disse que “temos realizado várias acções como, por exemplo, a criação dos comités locais de gestão de risco e, neste momento, temos 760 em todo o país, que ajudam a prevenção. Até este momento, temos feito simulações, e faremos uma outra simulação no dia 2 de Novembro, em Govuro, na província de Inhambane. Há melhoria no sistema de aviso prévio nas bacias do Zambeze e é por isso que melhorámos bastante a questão de pessoas que são afectadas nessa época. não só no Zambeze, mas também na bacia do Búzi, Licungo e Save”.
Arsénio Henriques,  O País

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