Saturday, 29 October 2011

Sumo de cana-doce: Nova atracção na Marginal


A LUTA pela sobrevivência e/ou oportunidades de negócio levam, de tempos a tempos, a novas tendências e maneiras de ser na capital, particularmente.

Maputo, Sexta-Feira, 28 de Outubro de 2011:: Notícias


Um dos exemplos é a actividade de extracção e consumo de sumo, a partir da cana-doce, que num passado não distante começou nas imediações da Escola Náutica. Nos últimos tempos está a conhecer réplicas ao longo da Avenida da Marginal, onde são visíveis maquinetas manuseadas sobretudo por gente jovem e que proporciona mais um dos raros serviços: é mais um negócio que nasceu e que conhece o seu apogeu nos dias de elevadas temperaturas. Toma-se sumo de cana no local e há quem, segundo os vendedores, leva a bebida mesmo para o local de trabalho ou para casa.
Perguntámos a um dos vendedores se as maquinetas instaladas ao longo da Marginal eram ou não de um mesmo proprietário, ao que nos disse tratar-se de um negócio individual e que cresceu no espírito da “imitação” que acontece em quase todas as iniciativas emergentes. “Começou um, seguiram-se outros”.
José Langa é um dos jovens que diariamente se faz à Marginal para vender sumo. Sobre a rentabilidade da actividade que realiza revelou-nos tratar-se de algo que de certa forma vale a pena. Em três molhos de cana-doce (cada molho tem 20 a 25 canas) extrai-se qualquer coisa como 10 litros de sumo por dia. Cada litro é vendido a 100 meticais.
“Como vendemos também a copos, uns tomam aqui e outros levam para os seus locais de trabalho e/ou para as respectivas residências, quando não lhes convém beber na hora. Os dias de calor abrasador são os melhores, porque a receita é alta, na medida em que a zona fica lotada de apreciadores desta bebida refrescante e com algum efeito terapêutico”, disse a nossa fonte que, entretanto, não revelou o valor curativo.
O mercado para a matéria-prima é o bairro do Jardim e/ou Malanga, onde desembocam muitos fornecedores, idos de vários pontos de Maputo. O molho é adquirido a 300 meticais. Antes do processamento faz-se a limpeza, que consiste na raspagem da parte exterior da can, que é posteriormente premida numa máquina para fins de extracção do líquido.
“Estou há pouco tempo neste trabalho e tenho trabalhado com um colega meu que agora foi à escola, mas a minha pouca experiência mostra que vale a pena do que ficar de braços cruzados”, disse.
José Langa não é o proprietário da máquina, mas sim trabalha para um patrão de quem ganha no final do mês.
O sumo não tem aditivos, para além do limão, que atenua a doçura, que é por muitos consumidores rejeitada. “Uns preferem tomar o sumo assim mesmo e outros acham-no bastante doce é daí que introduzimos no recipiente algumas rodelas de limão”, disse.

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