Wednesday 10 March 2010

Tráfico de influencia e ostentação na ribalta

Otráfico de influências na sociedade Moçambicana está a ganhar contornos alarmantes e a envolver cada vez mais nomes sonantes da arena política nacional.

Desta vez o destaque vai para o jovem dinâmico, motivado, Secretario para área de Mobilização e Propaganda, deputado na Assembleia da República, “grande camarada”, Edson Macuácua que não aprendeu a lição e está agora envolvido numa fraude académica na UEM, onde não se sabe como, conseguiu “furar” e mesmo não preenchendo os requisitos foi admitido para fazer o seu mestrado em Ciências Jurídicas.

Muito estranha a maneira como aquele “representante do povo”(?) conseguiu a vaga, pois na primeira lista, seu nome constava como reprovado, porém tempos depois foi divulgada a segunda lista, onde o “camarada” de discursos populistas consta como admitido... da noite para o dia!!!!

A atitude daquele deputado não vai de acordo com o que se espera de um digno representante do povo no parlamento, pois, ao permitir que seu nome esteja envolvido em escândalos do género, este deixa de ser elegível a cargo de tamanha responsabilidade. Aliás, esta não é a primeira vez que o nome de Macuácua é citado em situações pouco claras. Recentemente, aquando do julgamento do “Caso Aeroportos”, seu nome veio a baila como tendo sido uma das pessoas que se beneficiou dos “favores” de Cambaza, ao viajar às custas daquela empresa.

Outro cidadão bastante “influente”na sociedade é o ministro do Interior que recentemente adquiriu uma viatura caríssima. A mesma, uma Mercedes Benz, para a qual afirma- se que o “big” da polícia desembolsou o equivalente a 4,640,753 meticais. Chi, cara né...!!!

O facto ocorre numa altura em que o ministro não consegue usar da sua influencia para travar a onda de assassinatos nos quais os agentes da polícia são as vítimas.

Embora não se saiba a proveniência dos fundos para a aquisição da luxuosa viatura, se são públicos ou próprios, o facto é que a mesma constitui tamanha ostentação, pois, a instituição que dirige se debate com a falta de meios para conter a onda de criminalidade cuja própria polícia se tornou vítima.

A ostentação tornou-se moda no seio dos dirigentes de instituições estatais e pública, pode-se afirmar que está na moda. Depois de a sociedade ter assistido o desfile de bens e dinheiro pelo ex-PCA dos Aeroportos de Moçambique, Diodino Cambaza já não se espanta com mais nada. São carros, casas, cheques chorudos tudo aquém do bolso do pacato cidadão.

É a dura realidade que se vive na pérola do Indico, onde os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres a cada dia no limiar da pobreza. Os influentes mais influentes e o cidadão comum com menos opurtunidades.

( Editorial do Jornal Bantu, 08/03/10 )

3 comments:

Júlio Mutisse said...

José, leia http://moziepoliticando.blogspot.com/e tente resguardar-se da possibilidade de ser visto como caluniador também ao difundir um assunto que parece ter ficado esclarecido há muito.

Também podes te informar do regulamento do mestrado heheeheh. É tão simples... mas como a ideia é atacar o Edson força.

JOSÉ said...
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JOSÉ said...

Júlio, não me parece que este caso esteja esclarecido há muito tempo pois este Editorial foi publicado esta semana e muitas pessoas continuam questionando.
Tenho pena de não ter lido o referido e-mail, se o tivesse lido talvez entendesse melhor a verdadeira dimensão deste caso. Infelizmente, ainda não li a entrevista no Mediafax, tenho curiosidade em saber se o Director da Faculdade explicou de forma inequívoca se este processo foi transparente e que não houve conflito de interesses. Também gostava de saber mais pormenores sobre o tal concurso de admissão para monitor da Faculdade. Com os dados disponíveis, e apesar do texto do Matsinhe, eu continuo com dúvidas, embora tenha a mente aberta.Isto não é um ataque pessoal ao Macuacua pois em democracia tudo deve ser questionado e ninguém é intocável.
A realidade é que há demasiados casos de favoritismo, mesmo na Universidade, em que as as pesoas são favorecidas ou prejudicadas devido às suas simpatias políticas. Enquanto persistir a partidarização da sociedade, irão surgir muitas suspeitas, principalmente se as coisas não são transparentes. De recordar que muitos escandalos e vigarices tiveram origem em denúncias que ao princípio foram consideradas calúnias.