Wednesday, 13 August 2008

ZANU-PF engana MDC


Os perdedores africanos das eleições escobriram uma fórmula mágica ara não saírem do poder. Sempre que preteridos pelo povo, propõem a ormação de um pesado governo que hamam de unidade nacional, integrado elos vencedores e acomodando nteresses das oligarquias derrotadas. Este modelo, anacrónico,foi ensaiado, no Quénia, depois da derrota de Mwai Kibaki e muito sangue inocente derramado. Agora, é o principal tema nas conversações que decorrem sobre a crise do Zimbabwe, para salvaguardar interesses da ZANU-PF, escudando-se num suposto governo de unidade nacional com o MDC.
A alternância na governação é um princípio fundamental em democracia. Formar governo de unidade nacional é negar a vontade popular expressa nas urnas, que elegeu o candidato X e não Y, votou, maioritariamente, no partido A e não no B. O povo do Zimbabwe elegeu Morgan Tsvangirai para presidente da República e não Robert Mugabe. Votou no MDC e afastou ZANU-PF. O governo de unidade nacional é um insulto ao zimbabweano. Seja Tsvangirai terceiro vicepresidente ou primeiro-ministro com poderes executivos, mesmo assim, não corresponde aos anseios do povo. Os zimbabweanos disseram good bye a Mugabe e ZANU-PF.
Um governo de unidade nacional resulta da recusa na entrega do poder aos eleitos pelo voto popular. Os que governam com arrogância e desprezo pelos derrotados, violam os direitos humanos, roubam fundos públicos, vão, sempre, encontrando imensas dificuldades em ceder o poder aos vencedores. Ao longo do tempo que estiveram no poder, como foram abrindo profundas feridas nas famílias, deixaram o povo amargurado, pensam que os novos gestores vão prendê-los. Aqui, talvez, resida a génese de governos de unidade nacional.
Com o governo de unidade nacional, Mugabe e ZANU-PF pretendem neutralizar o MDC, aliviar a pressão internacional sobre o desacreditado regime de Mugabe e abrir as portas para o ressurgimento da economia. A ZANUPF sabe que, continuando só no poder, a situação vai de mal a pior. Então, para emergir do fundo do poço, precisa de estar ao lado do credenciado MDC e do seu líder, apesar de, em democracia, quem perder as eleições deve largar o poder. Este é o artifícios que os colegas de Mugabe, na SADC, acharam para salvar o companheiro da viagem.
No passado, Mugabe chamou o líder da ZAPU, Joshua Nkomo, para vicepresidente e o partido deste coligou-se a ZANU, que deu em ZANU-Frente Patriótica (ZANU-PF). Atingido o objectivo, Mugabe iniciou uma feroz perseguição contra a ZAPU. Nkomo, sentindose sufocado, fugiu para a Grã-Bretanha. A ZAPU foi aniquilada e a famigerada 5ª Brigada, treinada na Coreia do Norte, foi lançada para dizimar a etnia ndebele, de Nkomo. Desse modo, Mugabe aniquilou o sistema democrático.
Contentar-se com o cargo de primeiro-ministro ou outro posto qualquer, compara-se a uma criança que se cala por chupar a chucha. Quem te avisa, teu amigo é, diz um velho ditado.
( Edwin Hounnou - edhounnou@yahoo.com.br, retirado com a devida vénia de A Tribuna Fax, com a data de 11/08/08 )

No comments: