Sunday 3 August 2008

Unversidades do País só formam obedientes



MAPUTO – As universidades moçambicanas são dadas como instituições de ensino que formam, apenas, jovens obedientes e não actores principais da mudança e de desenvolvimento que se pretende imprimir, no País.
Esta constatação vem numa altura em que proliferam, em Moçambique, muitas universidades, quer públicas, quer privadas, que se destinam à formação do Homem, tendo em vista a promoção de desenvolvimento de Moçambique, neste momento, mergulhado na extrema pobreza, que afecta a cerca de 50 porcento dos cerca de 20.5 milhões de habitantes.
Dados oficiais apontam que o País produz, em média anual, cerca de dois mil quadros superiores em diversas áreas e a crise começa a ser propalada quando muitos destes formados não comparticipam, de forma directa, nos processos de desenvolvimento, constando que muitos deles não possuem capacidade suficiente.
Este posicionamento foi defendido por vários participantes ao encontro de reflexão sobre o papel da juventude, no contexto de desenvolvimento do País, realizado, esta quinta-feira, no Sindicato Nacional de Jornalista, com a presença de vários críticos, casos de Salomão Moyana, director do semanário “Magazine Independente”, Jeremias Langa, do grupo SOICO, entre outros, que apontam que os actuais jovens, apesar de muito escolarizados, não se identificam como actores dos processos de transformação e de desenvolvimento de Moçambique.
Os jovens agem em função de vento, acreditando, sempre, na evidência das coisas, sem que façam o mínimo de esforço para obrigar a mudança de certas atitudes que interferem no processo de desenvolvimento do País.
Salomão Moyana referiu que vários problemas com que Moçambique se debate é por culpa dos jovens que não sabem reivindicar a mudança de atitudes.
Acrescentou que o que “os jovens sabem é apenas apresentar queixas, sem propor soluções”, destacando, por exemplo, a reclamação da falta de emprego e de habitação, em que “os jovens aparecem sempre a chorar, sem inventar alternativas para se livrarem do problema”, disse comparando a actual geração de jovens às outras que passaram, atribuindo a actual, uma nota baixa na actuação.
Recuou no tempo e falou da Independência Nacional, conquistada por jovens, os mesmos que lutaram para que o País passasse de um Estado mono para o multipartidarismo, em que “todos podemos exprimir os nossos pensamentos, sem ditadura”.
A juventude actual, na opinião de Moyana, deve, também, fazer a sua revolução para ter a sua cotação nos anais da história, à semelhança do que foi feito pelos chamados “jovens de 25 de Setembro”.
“A juventude deve libertar-se do medo e começar a falar, livremente, dos seus problemas, reivindicando mudanças, tanto nas políticas, como nos planos que acham estar mal concebidos, para impulsionar o seu desenvolvimento e do País. (AA)

( Retirado, com a devida vénia do “ A Tribuna Fax “, com a data de 25/07/08 )
COMENTÁRIO: A missão das Universidades é a produção massiva de diplomados ou é a formação de indivíduos que possam contribuir para o progresso do País?
Os jovens graduados são valorizados como peças fundamentais para o desenvolvimento da sociedade?

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