Thursday, 7 May 2015

Renamo acusa UIR de atacar os seus homens em Sofala e população Gaza

O maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, que há décadas vive desavindo com o Governo por causa de problemas políticos, acusa as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de terem atacado um grupo dos seus guerrilheiros e se apoderado de produtos alimentares, na terça-feira (05), na vila de Gorongosa, província de Sofala.
Segundo António Muchanga, porta-voz da “Perdiz”, o ataque foi perpetrado pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a qual, para além dos membros da Renamo, deteve o delegado distrital e colocou todos os elementos numas celas.
Na mesma ocasião, a UIR apoderou-se de “85 casos de farinha de milho, com 50 quilogramas cada, 60 litros de óleo de cozinha, 150 quilogramas de feijão manteiga, 100 quilogramas de sal, entre outros produtos alimentares destinados à logística” dos guerrilheiros da Renamo posicionados em Santhudjira.
Na noite do mesmo dia, contou António Muchanga, intervindo após o informe anual da Procuradora-Geral da República (PGR) sobre a justiça no país, os detidos foram restituídos à liberdade , mas foi-lhes aplicada uma multa de 25 mil meticais, a qual foi entregue ao transportador da mercadoria que ficou em poder da Polícia, por a “Perdiz” suspeitar de que esteja envenenada.
Para o partido liderado por Afonso Dhlakama, “esta atitude consubstancia abuso de poder e prepotência, o que coloca em causa a boa convivência entre os moçambicanos”.
Refira-se que, perante este cenário, ao contrário do era esperado, há cada vez mais sinais de que o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares rubricado em Setembro passado não está a servir efectivamente para a manutenção da paz e estabilidade política, que há tempos são almejados pelos moçambicanos.
Num outro desenvolvimento, por volta das 23h00 de 01 de Maio corrente, de acordo com Muchanga, outro grupo da UIR “atacou cidadãos indefesos na povoação de Pandzane, em Nalazi, no distrito de Guijá, na província de Gaza, saqueou bens e torturou pelos menos três indivíduos identificados pelos nomes de António Francisco Macuácua, José Zitha e Vasco José Mabunda. Este último perdeu 7.240 meticais a favor dos atacantes.
“Muitos cidadãos fugiram das suas casas dada a intensidade dos disparos” perpetrados por tais elementos da UIR, que se vaziam transportar numa viatura luxuosa, segundo o porta-voz da Renamo.
Volvidos poucos dias, alguns militares caíram nas mãos de populares e foram conduzidos a uma unidade da Polícia em Chókwè. A população quer que os militares colocados naquele ponto do país abandonem a região porque estão a cometer desmandos e criam insegurança. Muchanga disse que os visados encontram-se lá para vigiar o gado de altos dirigentes da Frelimo.




A Verdade

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